CINÉDIA

De "Barro humano" a "Salário mínimo", de acordo com Alice Gonzaga, 50 ANOS DE CINÉDIA, Rio de Janeiro, Record, 1987

 
ALÉM DOS FILMES ABAIXO RELACIONADOS, A CINÉDIA PRODUZIU UMA ENORME QUANTIDADE
DE FILMES CURTOS - DOCUMENTÁRIOS SOBRE A VIDA BRASILEIRA, EDUCATIVOS, ETC. - E, EM ESPECIAL, CENTENAS DE ATUALIDADES DA CINÉDIA", UM CINEJORNAL QUE É UMA DAS MAIS RICAS FONTES DE PESQUISA SOBRE O BRASIL DOS ANOS 30/40.

Observações: Por ser uma fita de grande metragem, destinada a ocupar o período de tempo de um programa, buscaram seus produtores dotá-la de um entrecho cômico, interpretado por artistas de valor. Havia uma parte passada com Palitos. O filme foi exibido no Cine Odeon, do Rio de Janeiro, de 6 a 12 de março de 1933, juntamente com "Tudo ou nada", da Warner Bros., estrelado por James Cagney. Em Paris foi exibido em maio de 1936. Tratava-se de um filme cantado e falado pelo processo movietone, com entrecho cômico sobre a recepção oficial ao Rei Momo. Não há música encaixada por meio de discos, nem barulhos simulados, mas o autêntico som dos festejos, apanhados e gravados diretamente. Primeiro Carnaval com som. Referindo-se a esta circunstância, um crítico da Cinearte observou que, na "ocasião em que operadores da Cinédia filmavam cenas em plena rua, no espaço fronteiro à sede do Jornal do Brasil, um bacharelete começou a incitar a multidão a inutilizar os aparelhos de filmagem (por serem importados dos Estados Unidos), que felizmente não correspondeu ao apelo". É ainda a Cinearte que, a 15 de maio de 1936, informa: "O então embaixador da França no Brasil e a Sra. Louis Hermitte levaram o filme pessoalmente para Paris e ofereceram cinco exibições com grande êxito e um grande acontecimento mundano, com a presença de numerosas personalidades da sociedade parisiense e do mundo político e diplomático. Comentava-se que Mme. Hermitte era a embaixatriz do Rio, na França".

HONRA E CIÚMES - 1933 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção, produção, argumento e cenário: Antônio Tibiriçá
Companhia produtora: Íris Filme e Cinédia.
Companhia distribuidora:
Fotografia (nas cenas de interior na Cinédia): Humberto Mauro - Câmara: Antônio Medeiros e Humberto Mauro - Som: Afrodísio P. Castro e Victor Ciacchi
Números musicais: "Te amei" de Giacomo Pesce, com Antônio Tibiriçá; "Alma em flor", de Marcello Tupinambá, com Anita Sorrentino; "Minha alma", de Marcello Tupinambá com Antônio Sorrentino; ária de "O barbeiro de Sevilha", de G. Rossini, com Leandro Freitas.
Intérpretes: Antônio Sorrentino (réu), Amanda Leilop (vítima), Antônio Tibiriçá (advogado), Leandro Freitas (barítono), Anita Sabatini Sorrentino (soprano), Thamar Moema (moça apaixonada), Carlos Eugênio (moço apaixonado), Paulo Marra (mordomo), Otto Sachs (escrivão), Alfredo Nunes (juiz.), Adhemar Gonzaga (jurado de óculos) - Pery Ribas (jurado), Victor Ciacchí (jurado), Carmo Nacaratto (Bit), Vivas (maestro), e outros
Sinopse: História de unia refugiada russa que vem para o Brasil e casa com moço trabalhador, honesto e que a amava apaixonadamente. De repente, o marido herda uma grande fortuna e ela se vê rica, com lindas jóias e admiradores. Até que um dia o marido descobre sua traição e, com ciúmes, mata-a. No júri, ele pede que o condenem. Mas é absolvido.
Observações: Exteriores filmados na cidade de São Paulo. O filme estreou em São Paulo a 3 de julho de 1933, nos cinemas Alhambra, Astúrias (o cinema chique da Rua da Consolação, quase na esquina da Av. Paulista), São José e Santo Antônio, no Brás. Foi o primeiro drama movietone, cantado em português e sem letreiros, com som gravado por aparelhos importados dos Estados Unidos. Foi também a segunda vez que operou o primeiro aparelho de som da Cinédia. Aproveitaram-se algumas cenas do filme "Crime da mala", também sob direção de Antônio Tibiriçá. O título original do filme era "Ciúmes" e a Cinédia entrou com trinta por cento na produção do mesmo.
A equipe que veio de São Paulo hospedou-se no próprio estúdio, onde havia facilidades e rapidez em tudo. O set da cena do tribunal foi montado em quatro horas e a filmagem dessa seqüência se. realizou numa única noite. O balcão do júri serviria, em outras ocasiões, de botequim para "O ébrio" (l946). A linda valsa original do Maestro Giacomo Pesce, "Te amei", foi cantada pelo próprio produtor do filme, Antônio Tibiriçá. "Minha alma" foi interpretada por Antônio Sorrentino, enquanto Annita Sorrentino cantava "Alma em flor", ambas de Marcello Tupinambá. O barítono Leandro Freitas, que tinha um dos principais papéis da história, cantou "O barbeiro de Sevilha". Neste filme, pela primeira vez na história do cinema brasileiro, filmou-se (l8 de maio de 1933) a cena de uma festa com uma orquestra verdadeira e completa, sob a regência do Maestro Vivas, nos estúdios da Cinédia, presenciada por cerca de 40 convidados, entre os quais Francisco Serrador.

TAPIRAPÉS - 1934 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Documentário - Preto e branco
Direção:
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Oscar Oliveira Borges - Fotografia: Ramon Garcia
Observações: O filme estreou a 22 de fevereiro de 1937 no Cinema Pathé, do Rio de Janeiro, numa distribuição da DFB. A expedição para a filmagem foi feita em 1934, sob a direção de Roberto Pompílio, que orientou depois a parte sincronizada e descritiva do filme. Tapirapés foi um documentário de grande metragem. A expedição, da qual faziam parte também Luiz Navarro e Delfino Cerqueira Netto, atingiu um dos afluentes do Araguaia, o rio Tapirapés, cuja região nunca fora filmada. Servindo de guia, ao longo do rio Araguaia, Luiz Pereira, e de intérpretes junto aos índios carajás e tapirapés, o índio Uaxuré e Frederico Kegel.

ALÔ, ALÔ, BRASIL! - 1935 - Brasil / Rio de Janeiro - 78 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Wallace Downey, João de Barro e A. Ribeiro.
Companhia produtora: Waldow Filmes S.A. / Cinédia
Companhia distribuidora: Metro Goldwyn-Mayer do Brasil S.A.
Produtor e assistente da direção: Adhemar Gonzaga - Argumento: João de Barro e Alberto Ribeiro - Fotografia. Antônio Medeiros, Luís de Barros, A. P. Castro, Edgar Brasil, Ramon Garcia e Fausto Muniz -Montagem: A. P. Castro - Som: Charles Whalley
Números musicais: "Cidade maravilhosa" (André Filho) com Aurora Miranda; Ladrãozinho (Custódio Mesquita) com Aurora Miranda; "Foi ela" (Ari Barroso) com Francisco Alves; "Rasguei minha fantasia" (Lamartine Babo) com Mário Reis; "Menina internacional", (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Dircinha Batista, Arnaldo Pescuma e o conjunto Quatro Diabos; "Primavera no Rio" (João de Barro) com Carmem Miranda, acompanhada ao piano por Heriberto Muraro; "Deixa a lua sossegada" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Almirante e o Bando da Lua; "Garota colossal" - trecho (Ari Barroso e Nássara) com Ari Barroso; "Fiquei sabendo" (Custódio Mesquita) com Elisa Coelho de Almeida; "Salada portuguesa" (Paulo Barbosa e Vicente Paiva) com Manoel Monteiro; "Muita gente tem falado de você" (Mário Paulo e Arnaldo Pescuma) com Arnaldo Pescuma.
Intérpretes: Mesquitinha, Barbosa Júnior, Manoelino Teixeira, Afonso Stuart, César Ladeira, Jorge Murad, Cordélia Ferreira, Chico, Adhemar Gonzaga, Nina Marina, Ivan Lopes, Mineiro, Cavalo Marinho, Domingos Pececi, Carmen Miranda, Aurora Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Dircinha Batista, Quatro Diabos, Heriberto Muraro, Almirante, Bando da Lua, Ari Barroso, Elisa Coelho de Almeida, Manoel Monteiro, Arnaldo Pascuma e sua orquestra, Simão Boutman e sua orquestra, e outros.
Sinopse: O filme focaliza uma demonstração de números de músicas, contos e anedotas, em conexão com as aventuras de um radiomaníaco que anda à procura da sua Dulcinéia.
Observações: Nos programas constava ainda a música "Muita gente tem falado de você" (Mário Paulo e Arnaldo Pescuma) e Carmem Miranda cantou "Primavera no Rio", último número do filme, privilégio concedido comumente ao maior nome do elenco.
O filme foi apresentado à imprensa na cabine do Cine Metro, a 28 de janeiro de 1935, e estreou no Cine Alhambra, do Rio de Janeiro, a 4 de fevereiro de 1935, ficando três semanas em cartaz.. Em São Paulo foi exibido no Cine Odeon (Sala Vermelha), a l 1 de fevereiro de 1935 Tempo de projeção: 78 minutos. Falado e cantado em movietone.

NOITES CARIOCAS - 1935 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Henrique Cadicamo (argentino).
Companhia produtora: Uiara Film
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Caio Brant - Argumento: F. Gianetti - Diálogos: Jardel Jercolis e Luís Iglésias - Diálogos em espanhol.- Henrique Cadicamo - Fotografia: Adam Jacko - Montagens: Raul de Castro - Cenografia: Raul de Castro e Oscar Lopes - Som: Genaro Ciavarra.
Números musicais:
"Más nocbes de champagne" (tango), (Juan Carlos Cobian), leitmotiv do filme, com Carlos Vivan; "Jardineiro do amor" (Custódio Mesquita e Zeca Ivo) Lourdinha Bittencourt; "Luar do sertão" (Catulo da Paixão Cearense) com os "Singing Babies"; "Conheço um lugar onde se sonha", "Hospedaria internacional" e "Tabuleiro", todas de Custódio .Mesquita.
Intérpretes: Carlos Vivan (Mocinho cantor), Maria Luísa Palomero (Morena), Lódia Silva (Loura), Carlos Perelli (Monido), Mesquitinha (Cômico da revista), Olavo de Barros, Oscarito Brennier, Manoel Vieira, Ana Maria Machado, Carlos Machado, Mendonça Balsemão,
Eduardo Arouca, Conceição Machado, De Carambola, Silva Filho, Chaves Florence, Abel Dourado, Lita Prado, Albertina Saikovsa, Henriqueta Romanita, Walter D'Ávila (primeiro filme), Grande Otelo (primeiro filme), e girls da Companhia Jardel Jercolis, extras na platéia do Teatro João Caetano: Pery Ribas e Montenegro Bentes; e outros.
Sinopse: Comédia de tom sentimental e festivo, na qual aparecem aspectos do Rio verdadeiramente encantadores e nossas praias são focalizadas.
Observações: O filme foi produzido com a colaboração de elementos técnicos e artísticos argentinos. Carlos Vivan era muito conhecido no Rio de Janeiro, tendo atuado no Cassino da Urca. Maria Luísa Palomero e Carlos Perelli trabalhavam no cinema argentino. Destaque-se a presença de Lódia Silva, esposa de Jardel Jercolis, e Oscarito, além de numerosos outros artistas brasileiros bastante conhecidos. O filme tinha diálogos em português e espanhol, com letreiros superpostos explicativos em português. Foi exibido, sem sucesso, em Buenos Aires, com o título de "Noches cariocas", em salas de segunda linha, Astral e American Palace, em janeiro de 1936. No Rio de Janeiro estreou no Cinema Broadway, em setembro de 1935, e em São Paulo, na Sala Azul, a 22 de junho de 1936. Foi o primeiro filme brasileiro a incluir cenas de revistas, com a participação da Companhia Jardel Jercolis.

CARIOCA MARAVILHOSA - 1935 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro, cenografia e montagem: Luiz de Barros.
Companhia produtora: Régia Film / Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Sebastião Santos - Fotografia: Edgar Brasil e Luiz de Barros - Som: Charlie Whalley
Números musicais: "Na aldeia" (carnaval de 1934) (Alberto Dias, o Carusinho) com Sílvio Caldas e Chocolate; "Moreno cor de bronze" (carnaval de 1934) (Custódio Mesquita) com a orquestra do Cassino da Urca.
Intérpretes: Carlos Vivan (O bom rapaz argentino), Nina Maria (Nina), Manoelino Teixeira (Motorista turco), Alba Lopes (Loura), Grijó Sobrinho (Fiscal 42º), Mary Lopes (Morena), Edmundo Maia (Tio de Nina), Pedro Dias (Comendador Almeida). Américo Garrido (Locutor), Noêmia Santos, Amadeu Celestino, J. Figueiredo, Eduardo Arouca, Guiomar Faria, Lima de Souto e os artistas do broadcasting, Sílvio Caldas, Arnaldo Pescuma, Pereira Filho, e outros.
Sinopse: O enredo baseia-se na paixão de um gentleman argentino por uma brasileira cem por cento carioca. E mostra a sedução desta cidade dourada de sol e prateada de luares. É que o rapaz argentino viera ao Rio em busca da noiva, mas, por um bom ou mau destino, conforme o juízo do espectador, deu com os olhos naquele feitiço tropical. Daí o romance, pontilhado de saborosos episódios cômicos.
Observações: O filme, uma comédia musical, começou a ser filmado a 11 de março de 1935, estreando no Cinema Íris, do Rio de janeiro, a 11 de junho de 1936. Antes da exibição no Rio, porém, foi apresentado em Buenos Aires, em junho de 1935, durante a visita que estava fazendo à Argentina o Presidente Getúlio Vargas. O título provisório do filme era "Carioca".

ESTUDANTES - 1935 - Brasil / Rio de Janeiro - 70 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Wallace Downey
Companhia produtora: Waldow / Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Adhemar Gonzaga e Wallace Downey Argumento e roteiro: Alberto Ribeiro e João de Barro- Fotografia: Antônio Medeiros e Edgar Brasil - Som: Moacyr Fenelon - Músicas: João de Barro, Alberto Ribeiro, Assis Valente, Custódio Mesquita e Almirante Números musicais:
"Sonho de papel" (marcha) (Alberto Ribeiro) e "E bateu-se a chapa" (Assis Valente) com Carmem Miranda; "Linda Mimi" (marcha) (João de Barro) com Mário Reis; "Linda Ninon" (samba) (João de Barro e Cantídio Melo) e "Onde está o seu carneirinho" (Custódio Mesquita) com Aurora Miranda; "Ele ou eu" (fox-canção) (Alberto Ribeiro) com Silvinha Melo acompanhada dos Irmãos Tapajós; "Lalá" (marcha), (Alberto Ribeiro e João de Barro) com o Bando da Lua; "Assim como o Rio" (toada) (Almirante) com o autor.
Intérpretes: Barbosa Júnior (Flores), Mesquitinha (Ramalhete - estudante conservador), Carmen Miranda (Mimi), Sílvio Silva (o professor), César Ladeira (Locutor), Silva Filho, Mário Reis, Jorge Murad, Aurora Miranda, Silvinha Melo, Irmãos Tapajós, Almirante, Hervê Cordovil, Jaime Ferreira, Dulce Weytingh, Nina Marina, Carmem Silva, Bando da Lua, Orquestra de Simão Boutman, Conjunto Regional de Benedito Lacerda, e outros.
Sinopse: Carmen Miranda é uma pequena do rádio, toda sex appeal, que se deixa enamorar pelos estudantes apaixonados por seus encantos e suas canções, as quais a "Pequena Notável" interpreta com toda a brejeirice. Mesquitinha e Barbosa Júnior são os apaixonados. E Carmen, que gosta do estudante Mário Reis, não quer desiludir os dois, proporcionando-lhes momentos de alegria e comicidade. As declarações de ambos são gozadíssimas.
Observações: Laboratórios e estúdios da Cinédia (totalmente filmado em uma semana).
Comédia musical cujo primeiro título foi "Folia de estudantes", a película estreou no Cinema Alhambra, no Rio de Janeiro, a 8 de julho de 1935, ficando duas semanas em cartaz. No Odeon, em São Paulo (Sala Vermelha), estreou a 15 de julho de 1935.

ALÔ, ALÔ, CARNAVAL! - 1936 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - ... - Preto e branco
Direção e produção executiva: Adhemar Gonzaga
Companhia produtora: Cinédia e Waldow
Companhia distribuidora: DFB
Produção de Adhemar Gonzaga e Wallace Downey Argumento de João de Barro e Alberto Ribeiro - Roteiro: Ruy Costa e Adhemar Gonzaga
Fotografia: Antônio Medeiros, Edgar Brasil e Vitor Ciacchi Cenografia: Rui Costa - Montagens: Ruy Costa - Som: Moacyr Fenelon
Números musicais: "Mimi" (fox) (Ary de Calazães Fragoso) com Luiz Barbosa; "Pierrô apaixonado" (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres) com Joel de Almeida e Gaúcho; "Não beba tanto assim" (Geraldo Decourt) com as Irmãs Pagãs; "Seu Libório" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Luiz Barbosa; "Maria, acorda que é dia", de João de Barro e Alberto Ribeiro com Dulce Weytingh, acompanhada de Joel e Gaúcho; "Maria, acorda que é dia" (João de Barro e Alberto Ribeiro) solo de piano com Heriberto "Muraro"; "Molha o pano" (Getúlio Marinho e Cândido Vasconcellos) com Aurora Miranda, com o conjunto regional de Benedito Lacerda; "Negócios de família" (Assis Valente e Hervê Cordovil) com o Bando da Lua; "Tempo bom", (João de Barro e Heloísa Helena) com os Bêbados; "Teatro da vida" (A. Vitor) com Mário Reis; "Comprei uma fantasia de pierrô" (Alberto Ribeiro e Lamartine Babo) com Francisco Alves, dançando com Dulce Weytingh; "As armas e os barões" (Alberto Ribeiro) com Lamartine Babo e Almirante; "Amei" (Erastótenes Frazão e Antônio Nássara) com Francisco Alves; "Muito riso e pouco siso" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Dircinha Baptista, com Os Quatro Diabos; "Pirata da areia" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Dircinha Baptista, com Hervê Cordovil e orquestra; paródia da "Canção do aventureiro", de O Guarani (Alberto Ribeiro) com Barbosa Júnior com Muraro ao piano; "50% de amor" (Lamartine Babo) com Alzirinha Camargo; "Não resta a menor dúvida" (Noel Rosa e Hervê Cordovil) com o Bando da Lua; "Manhãs de sol" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Francisco Alves e Hervê Cordovil com orquestra; "Sonhos de amor" (Franz Liszt) com Jayme Costa, de travesti, com voz de falsete de Francisco Alves; "Cadê Mimi" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Mário Reis; "Querido Adão" (Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago) com Carmen Miranda; "Cantores do rádio" (João de Barro, Lamartine Babo e Alberto Ribeiro) com Carmen e Aurora Miranda, com a Orquestra Simão Boutman, "Fra Diavolo" (João de Barro, A. Martinez e Alberto Ribeiro) com Mário Reis.
"Palpite infeliz", de Noel Rosa, seria também uma das músicas do filme, a ser interpretada por Aracy de Almeida, que a cantaria, no papel de lavadeira, estendendo roupa no varal. A cantora desistiu de participar do filme e Noel Rosa retirou a canção do filme.
Intérpretes: Jaime Costa (Empresário), Barbosa Júnior (Um dos autores), Pinto Filho (Um dos autores), Oscarito (no Cassino), Jorge Murad (Contador de piadas), Lelita Rosa (A morena), Paulo de Oliveira Gonçalves (Barman - no Pierrô apaixonado) Henrique Chaves (Crupiê), Dario Melo Pinto, Maria Gonzaga M. Pinto, Luís Carlos Guimarães, Hélio Barroso Neto, Jaime Ferreira, Olga Figueiredo, Paulo Roberto, Peri Ribas, Alberto Rocha, Ignácio Corseuil Filho, Didi Viana, Bernardo Guimarães, Carlos de Oliveira, Hervê Cordovil, Lair de Barros, Aniceto, e outros.
Sinopse: Conta a dificuldade de dois autores em conseguir um empresário para sua revista chamada "Banana-da-terra". Indo a um cassino, lembram-se de que ali seria o local ideal e procuram o empresário. que recusa a oferta. Mas, como a atração contratada pelo empresário não chegara da França, ele corre em busca dos dois e aceita a revista. E durante o desenrolar do espetáculo, tudo o que existe de mais incrível acontece. Os números musicais - com a chamada gente bamba do rádio e do teatro - são intercalados com a parte do texto, incluindo piadas satirizando figuras e fatos de 1936.
Observações: - Com o título original de "O grande cassino", o primeiro dia da filmagem de "Alô! alô! Carnaval!" foi a 14 de outubro de 1935. Este clássico musical teve uma pré-estréia a 15 de janeiro de 1936, à meia-noite, no Cinema Alhambra, do Rio de janeiro, logo depois de a fita ter saído do laboratório. Estreou no mesmo Alhambra, a 20 de janeiro de 1936, e no Alhambra, de São Paulo, a 3 de fevereiro de 1936, onde ficou quatro semanas. Foi distribuído pela Distribuidora de Filmes Brasileiros (DFB).
Em 1974 foi feita uma restauração do filme, sob a supervisão pessoal de Adhemar Gonzaga, com Jayme Justo na montagem, sendo a pesquisa e coordenação geral de Alice Gonzaga Assaf, recebendo em 1975 o certificado de censura nº 80.644. Entretanto, não era a edição original do filme lançado em 1936. Faltava uma metragem equivalente a duas partes referentes a "piadas". Porém contém ainda os melhores intérpretes da música popular brasileira.
Segundo Nelson Mota, em O Globo de 23 de setembro de 1974, o filme "era a verdadeira semente das comédias musicais que vieram resultar numa das mais autenticamente brasileiras expressões da linguagem cinematográfica.
A idéia era mostrar os grandes cantores da época, verdadeiros ídolos, quando a TV ainda não existia, e o grande público não tinha acesso aos cassinos. O público queria música que era sucesso no rádio. Esta foi a chave do filme. Pela primeira vez foi utilizado um play-back, na refilmagem do número de Heloísa Helena, "Tempo bom!" Sobre a filmagem, Adhemar Gonzaga informou: "Eu precisava de um grupo de rapazes para dançar e arrebanhei um grupo que assistia às filmagens. Eram da sociedade e não tinham nenhum jeito. A solução foi uma farta distribuição de uísque e o rebolado não parou. Luiz Barbosa foi o introdutor do samba de breque com chapéu de palha na música popular".

O JOVEM TATARAVÔ - 1936 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, cenografia e edição: Luiz de Barros
Companhia produtora: Cinédia.
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento baseado na comédia: "O Tataravô", de Gilberto de Andrade, exibida pela primeira vez em 1926 - Roteiro: Gilberto de Andrade e Luiz de Barros - Fotografia: Edgar Brasil e, no início, Alberto Botelho - Som: Cinédia: A. P. Castro - Montagens: Ruy Costa. - Músicas originais: Aldo Taranto e Bonfílio de Oliveira - Letras: Maestro Gaó, Romeu Silva e Gilberto Andrade - Arranjos e direção musical: Gaó - Orquestras: Cassino Atlântico, Francisco Martí e Romeu Silva.
Intérpretes: Marcel Klass (O jovem tataravô), Dulce Weytingh (Loura Dora, bistataraneta), Darcy Cazarré (Eduardo, tataraneto), Luíza Fonseca (Sra. Eduardo), Manoelino Teixeira (Comendador de bigodão), Alfredo Silva (Amigo careca), Gina Bianchi. (Russa), Arnaldo Coutinho (Marido que chega sempre depois), Lygia Sarmento (Senhora moderna e sapeca), Juracy de Oliveira (Empregada), Carlos Frias (Noivo da loura Dora), Georgina Teixeira (Mulher do comendador de bigodão), Manoel Rocha (Amigo),
Ben Wright (Rapaz louro), Manoel F. de Araújo (Dono do cabaré), Ary Viana, Armando Nascimento, Da Ferreira e Albertina (bailarinos), Louie Cole (Oswaldo Vianna), Castro Vianna, Francisco Moreno, Raphael de Augusto, Emílio Amoroso, J. Mafra, J. Cantuária, Henrique de Oliveira, Jim de Almeida, e outros.
Sinopse: O jovem tataravô morreu em 1832. Mas nessa ocasião ele tinha apenas 35 anos. Agora, em pleno 1936, ressurge do seio da terra, não gelado como se poderia imaginar, mas ardente e tropical como se estivesse dormindo todo este século no seio de um vulcão. O homenzinho, mal se viu na face da terra, graças a uns pozinhos misteriosos, tratou de cortar o cabelo, tirar a "costeleta" e vestir-se com elegância, tonto com o mundo novo que se oferecia aos seus olhos. E coitadas das mulheres bonitas ou feias que surgiam ao alcance de seus olhos, já não queremos dizer de suas mãos.
Observações: O filme foi lançado no Cinema Odeon (Rio de Janeiro), a 14 de setembro de 1936, tendo como complemento o curta-metragem da Cinédia, Dia da Raça. O jovem tataravô apresentava as primeiras cenas até então tomadas ao ar livre com movimento e sonorização, graças ao auxílio de câmeras sonoras portáteis, que faziam parte do novo aparelhamento importado pela Cinédia, o novo Akeley Recorder, o som mais moderno até então existente.
Darcy Cazarré, marido de Déa Selva, estreou no cinema com esse filme e Marcel Klass trabalhou na Alemanha em um dos melhores filmes de Brigitte Helm, Crise.

BONEQUINHA DE SEDA - 1936 - Brasil / Rio de Janeiro - 115 minutos - Drama - Preto e branco
Direção, argumento e diálogo: Oduvaldo Vianna.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Fotografia: Edgar Brasil - Som Cinédia: A. P. Castro - Cenografia: Hippolito Collomb - Diretores artísticos: Murilo Lopes e Manoel Rocha - Assistentes de produção: Manoel Rocha e Nerval Monteiro - Montagem: Luciano Trigo - Cartaz: Alcebíades Monteiro Filho (o primeiro feito no gênero para filme brasileiro, com 24 folhas).
Números musicais: Ária de "Lucia de Lammermoor" e música de "Bonequinha de seda" (valsa título do filme): Gilda de Abreu; versos de "Bonequinha de seda": Nerbal Fontes; "Serenata", com Augusto Henriques, acompanhado ao violão por Rogério Guimarães; Música de fundo: Francisco Mignone (que aparece no filme regendo a orquestra); Harpista: Andrea Ajara Mariuza; bailado final.- dirigido por Gilda de Abreu; no bailado: Luba. Vatinic (segurando Oduvaldo Vianna Filho no colo, lê a história), quadro argentino: Arnaldo Amaral; português cantor de fados: Joaquim Pimentel; bailados: Valery Oiser; solistas: Yuco Lindberg e Madeleine Rosay.
Intérpretes: Gilda de Abreu (Marilda), Delorges Caminha (João Siqueira), Conchita de Moraes (Avó Mme. Valle), Déa Selva (Neta), Wilson Porto (Irmão de Marilda), Darcy Cazarré (Alfaiate Pechincha), Mira Magrassi (Mme. Pechincha), Apollo Correia (Moleque Mosquito), Manoel Rocha (Mordomo de Mme. Valle), Maria (Empregada de Mme. Valle), Carlos Barbosa (Surdo comilão, Dr. Leitão), Lúcia Delor (Secretária de João), Miran D'Alves (Imitador de papagaio), Marilu Ramalho (Mme. Gouveia), Elza Leitão.(Manicure de Pechincha), Dedé Santana (Doublê de Gilda nas acrobacias), Zenaide Andrea, Nilza Magrassi, Maria Amaro, Julieta Collomb, Manoel Ferreira de Araújo, Antonieta Olga, Castelar Carvalho, Alice Gonzaga , Didi Vianna, Monteiro Filho e Joaquim Ribeiro, Paulo Morano, Adhemar Gonzaga, lgnácio Corseuil Filho, Dustan Maciel, Mendonça Balsemão, Francisco Silva, Murllo Lopes, Sady Cabral (primeira vez no cinema), Maria Muniz, Mafra Filho, Francisco Rabelo, Nícia Silva, A. Soares Monteiro, Joaquim Ribeiro, Nicolas, Barros Vidal, lsnard Brasil, G. Monteiro de Barros, e um grupo de cadetes da Escola Militar de Realengo, com autorização do Ministro da Guerra, e outros.
Sinopse: Trata-se da estréia da heroína na alta sociedade carioca. Gilda de Abreu passa, no filme, por ser uma pequena francesa, educada em Paris e chegada há pouco da Europa. E a estréia da jovem parisiense, bela e dona de ótima educação, reveste-se 'de estrondoso sucesso. Agita-se a elite, cortejam-na os homens, bajulam-na todos, e surgem os comentários: cada qual acha que tal distinção e educação, tais lindíssimos vestidos, e tal savoir-dire somente em Paris se poderiam adquirir, que aqui, terra de botocudo, nada de bom se faz. E afinal a jovem era brasileira, tinha se educado no Brasil e suas lindas vestimentas nunca tinham visto uma agulha parisiense.
Todas as cenas demonstram o fino espírito de crítica de que se acha revestido o filme.
Observações: O primeiro dia de filmagem de "Bonequinha de seda" foi a 28 de maio de 1936. O filme estreou no Cinema Palácio (Rio de Janeiro), a 26 de outubro de 1936, tendo como complemento o curta-metragem da Cinédia "Semana da asa". Tempo de projeção: 1h55min, metragem 3.140m. "Bonequinha de seda" correspondeu a um considerável avanço técnico para o cinema brasileiro. Duas conquistas a registrar: o uso da grua, quando Gilda de Abreu sobe a escada cantando acompanhada pela câmera, e o uso da chamada "projeção por transparência", quando Conchita de Moraes e Déa Selva dialogam no interior de um automóvel. Na verdade, as cenas de rua, vistas através do vidro traseiro, haviam sido filmadas anteriormente e projetadas por trás do carro. A melhor marcação de luz, de cena para cena, foi obtida nos laboratórios da Cinédia, que passou a contar com copiadoras mais sofisticadas que as então existentes no país, com variação automática, e não mais manual. O diretor, durante a filmagem, ouvia o som que estava sendo gravado. E os interiores do filme foram inteiramente construídos em meticuloso trabalho de cenografia. Pela primeira vez usa-se a maquete.
O papel principal do filme era originalmente destinado a Carmen Miranda, que não pôde aceitar em virtude de outros compromissos. Gilda de Abreu foi convidada, e o roteiro totalmente reescrito, para adaptar-se à personalidade de Gilda, que teve de fazer uma plástica nas maçãs do rosto, com um cirurgião sueco em São Paulo, pois nos testes do filme a artista aparecia com as maçãs fundas. Maria Mattos, grande comediante portuguesa, ia fazer o papel de Madame Valle, porém Adhemar Gonzaga sugeriu a sua substituição por Conchita de Moraes, que dá um show de interpretação no filme.
No dia da estréia, a cópia do filme ainda não estava pronta. Cada rolo era secado a álcool e levado de táxi dos laboratórios da Cinédia para o Cinema Palácio, à medida que ficava pronto. O público na porta do cinema era tal que atrapalhou o trânsito; o bonde nem podia passar. O sucesso da estréia foi estrondoso, ultrapassando mesmo a expectativa dos mais otimistas. Sucesso de bilheteria e artístico.
Na sessão das duas horas, a "temida sessão dos estudantes", estes a interromperam três vezes com aplausos prolongados. Ficou cinco semanas em cartaz, atrasando todo o lançamento estrangeiro, batendo o recorde de bilheteria que naquela época pertencia ao filme português "A Severa". "Bonequinha de seda" foi exibido especialmente para o Presidente Getúlio Vargas, no Palácio Guanabara. Tão entusiasmado ficou que enviou a Adhemar Gonzaga, por intermédio de Epitácio Pessoa Filho, a seguinte mensagem: "Assistindo à "Bonequinha de seda", sinto-me compensado pelo esforço que fiz amparando o cinema nacional". A Comissão de Censura Cinematográfica também fez grande elogio ao filme. A Comissão era formada por Nazareth Prado, Stella Guerra Durval, Moacyr de Abreu, Raymundo Magalhães, José Montojos, Affonso Vargas e Joracy Camargo.
"Bonequinha de seda" foi o filme mais importante da década de 1930 e a primeira superprodução brasileira. São apresentados grandes conjuntos e multidões ante as câmeras. Foi exibido em Portugal, Argentina e Chile. Filmado com o que havia de melhor e mais moderno. Em 1975, foi feita a recuperação do filme sob supervisão geral, pesquisa e planeamento de produção de Alice Gonzaga Assaf.
" Bonequinha de seda" inaugurou festivamente a primeira semana do cinema brasileiro em Portugal

CAÇANDO FERAS - 1936 - Brasil / Rio de Janeiro - 75 minutos - Drama - Preto e branco
Direção. Libero Luxardo.
Companhia produtora: Cinédia / Lux Film
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Fotografia: Alexandre Wulfes - Argumento: Raimundo Magalhães Júnior - Som: A. P. Castro
Números musicais: "Samba original", de Amado Regis de Mecílio Vieira, com Judith de Almeida; "Boneca", fox de Nelson Trigueiro, com Dulce Malheiros; sapateado com a menina Dorita Soares; o Maestro Martinez Gaó orquestrou e dirigiu a orquestra na execução da partitura de introdução, de sua autoria.
Intérpretes: Barbosa Júnior, Apollo Correa, Dalila de Almeida, João de Deus, Jayme Ferreira, Fernando Stamato, Dustan Maciel, Dulce Malheiros, Reginaldo Calmon, Miran D'Alves, e outros
Sinopse: O filme apresenta boas cenas de uma caçada em Mato Grosso, acrescentando uma paródia passada em plena capital da República e alguns momentos numa estação de rádio.
Observações: O filme estreou a 28 de setembro de 1936, no Cinema Alhambra (Rio de Janeiro), e no Alhambra (São Paulo), a 20 de janeiro de 1937. Tempo de projeção 75min, com oito partes. Certificado de censura nº 7.754, livre.
Cenas exteriores rodadas no Pantanal mato-grossense.

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL - 1937 - Brasil / Rio de Janeiro - 83 minutos - Drama - Preto e branco
Direção e roteiro: Humberto Mauro
Companhia produtora: Instituto do Cacau da Bahia / Brazília Filme
Companhia distribuidora:
Produção: Alberto Campiglia - Apresentação geral.- Ignácio Tosta Filho, presidente do Instituto do Cacau da Bahia - Orientação histórica: Edgard Roquette-Pinto, Affonso de Taunay e Bernardino José de Souza, Frei Pedro Sinzig - Argumento: Humberto Mauro e Affonso de Taunay, baseado na carta de Pero Vaz de Caminha. - Assistente de direção e diretor de diálogos: Bandeira Duarte - . Fotografia: Manoel P. Ribeiro, Alberto Botelho, Alberto Campiglia e Humberto Mauro - Música: Heitor Villa-Lobos - Cenografia: Bernardino José de Souza e Arnaldo Rosenmayer - Caracterização: Antônio de Assis
Intérpretes: Álvaro Costa (Pedro Álvares Cabra¡), Manoel Rocha (Pero Vaz de Caminha), Alfredo Silva (Frei Henrique de Coimbra), De Los Rios (Duarte Pacheco), Armando Duval (Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias)), Reginaldo Calmon (Índio Aracati), João de Deus (Ayres Correa, capitão de uma das naus), João Silva (frade), Artur Castro (frade), J. Silveira (Alfredo Cunha, Arthur Oliveira (Pedro Escobar), Hélio Barrozo Neto (Edgar), Costa Henrique (marinheiro), Humberto Mauro, João Mauro, e outros.
Sinopse: Transcrição fílmica da Carta de Achamento do Brasil, escrita pelo escrivão da frota, Pero Vaz de Caminha.
Observações: - Regravações e cópias: Brasil Vita Filme.
- Interiores: Estúdios Cinédia.
- Exteriores: Ilha do Governador, praia da Freguesia, Campo Grande (derrubada do jequitibá) e Ilha d'Água.
- O filme, patrocinado pelo Instituto de Cacau da Bahia, estreou no Palácio Teatro do Rio de Janeiro a 6 de dezembro de 1937. A 30 de novembro houve uma sessão especial para autoridades e convidados. Uma das características do filme foi a reconstituição, em tamanho natural, com detalhes, da nau capitânia de Cabral, construída diante dos camarins da Cinédia, assim também como as miniaturas, por José Queiroz. Já anteriormente, em "Bonequinha de seda", o mesmo técnico havia feito as miniaturas superpostas no ângulo da câmera. Foi exibido em Portugal, merecendo elogios dos jornais O Século e Diário de Notícias.
- Disponível também em vídeo e em DVD.

SAMBA DA VIDA - 1937 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro e montagem: Luiz de Barros
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento: Luiz de Barros e Gilberto Andrade, baseado na peça teatral "Frederico II", de Eurico Silva - Fotografia: Edgar Brasil - Som: A. P. Castro - Diretor artístico: Hippólito Collomb
Números musicais: "Maracatu" (Capiba) com Capiba e sua orquestra, Cordélia Carvalho, Mara Henriques e Araçati.; "Eu peço samba" com Heloísa Helena; "Samba da vida" (Walfrido Silva) com Heloísa Helena e Walfrido Silva ao piano; "Luar do morro" (Walfrido Silva e Sinval Silva) com Odete Amaral; "Ter a vida transformada num sonho" Maria Amaro (número sob a direção de Adhemar Gonzaga); Isa Barklsinska toca ao acordeon músicas ciganas.
Intérpretes: Jayme Costa. (Pedro Paulo, "filósofo "), Manoelino Teixeira (João), Pinto Filho (Coronel Magalhães), Rodolfo Mayer (Rodolfo), Edmundo Maia (Coronel Frederico II), Ítala Ferreira (Martiniana Ludovico), Belmira de Almeida (Matilde), Heloísa Helena (Helena), Maria Amaro (Geni), Orlando Brito (Carlos, diretor do estúdio), Manoel Rocha (Detetive Rodrigo Fonseca), Carlos Barbosa (Ajudante do detetive), Wilson Porto (Frederico Pinhães), José Soares (Diretor de cena), Bandeira Duarte (Assistente do diretor de cena), Ivan Villar (Terceiro ladrão), Odete Amaral, Walter Pinto, Ortiz Tirado, Santos Carvalho, Carlos Ruel, Yara Vieira, Mara Henriques, Cordélia Carvalho, Araçati, Cirene Tostes, Lourival Reis, Altair Rodrigues, Zilda Maia, Elza Rodrigues, Vilma Lomar, Eliette de Almeida, Maria Franca, Léa Maia, Paulo Serrano, Eros Volusia, Lu Marival, Eva Stachino, Antônio Duarte, Carlos Galhardo, Ruth Amaral, Augusto Henriques, Alzirinha Camargo, Mara Costa Pereira, Cida Tibiriçá, Roxane, João de Deus, Marcel Klass, Barbosa Júnior, Jorge Fernandes, Barros Vidal, Bete Spell, Isa Barkisinska, e outros.
Sinopse: Um ladrão vulgar, acompanhado de dois cúmplices, ao penetrar num palacete para roubar, tem a surpresa de encontrá-lo desabitado. Os seus proprietários tinham ido passar uma temporada em Buenos Aires. Isso ele sabe por intermédio de uma carta endereçada a um senhor de Goiás que ficou esquecida sobre um móvel. Essa inesperada oportunidade desperta no ladrão o desejo de se aboletar com sua família no palacete, o que sem demora é feito. A chegada do homem de Goiás veio proporcionar uma série de coisas interessantes que terminaram com a chegada do dono do palacete. Com o regresso deste presume-se que a situação vai tomar um rumo difícil e complicado para o ladrão.
Observações: O primeiro dia de filmagem foi a 26 de fevereiro de 1937, estreando no Cinema Alhambra (Rio de Janeiro), a 25 de outubro de 1937, tendo como complemento o curta-metragem, da Cinédia, "Manobras militares em Gericinó". Santos Carvalho, que aparece na cena do cabaré ao lado de Betty Spell, era um ator português em visita ao Brasil, e Betty Spell vinha do cinema francês. Trabalhou em "Minuit Place Pigalle", "Tout va trés bien", "Madame La Marquise", "Messieurs Le Rond de Cuir".

ALMA E CORPO DE UMA RAÇA - 1938 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, argumento, roteiro e diálogos: Milton Rodrigues
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção.- Adhemar Gonzaga - Colaboração.- Clube de Regatas do Flamengo - Som: Hélio Barrozo Netto - Fotografia: A. P. Castro e José Stamato - Cenografia: Hippolito Collomb.
Números musicais: "Só nós dois" (Ronaldo Lupo e J. G. Araújo Jorge) com Magdalena Stoltemberg, Heloísa Vasconcelos e Ronaldo Lupo; "Sem saber onde estás" (Ronaldo Lupo e Jorge Faraj), com a orquestra Cassino de Copacabana.
Intérpretes: Lygia Cordovil (Maria Helena, atleta), Roberto Lupo (Luizinho, remador rubro-negro), Henry Aschar (Rubens, remador rubro-negro), Neusa Cordovil (Neusa, nadadora), Jorge Acyr Sant'Anna (Menino Luizinbo), Marly Castilhos (Menina Maria Helena), Maria Lino (Tia de Maria Helena), Carlos Barbosa (Mordomo), Jorge Diniz (Milton Azevedo), Anna Alencar (Matilde, mãe de Luizinho), Arnaldo Coutinho, Antônio Rolando, José Mafra, Richard Murdock, Armando Braga, Romeu Paschoalini, Nuripé Bittencourt, Gabriel Queiroz, Zizinha Macedo, Dulce Pereira da Silva, Herta Holzer, Dilo Guardia.
Participação no Fla-Flu especial para o filme: Leônidas, Walter, Domingos, Waldemar, Jarbas, Romeu e Tim, e Krueschner (técnico húngaro do Flamengo).
Extras: Armando Duval, Maria Muniz, Cirene Tostes, Gioconda Tessari, José Amaro, Elias Celeste, Nina Consuelo, Ordelia de Carvalho, Gusta Gameri, Renato Peixoto, Ruth Consuelo, Silvia Costa, Constantino Rios, Sylvio Gurgel, Julio Penha, Arthur Luico, Benito Oliveira, Dinorah Andrade, lrene Levy, Arminda Pinto, Ernâni Miranda, Elza Celeste, Jorge Martins, Carmem Vieira, Jurea Silva, Júlio Pereira, lrene Consuelo, Gilka Loretti, Dalila de Souza, Carmem Vieira da Silva, Thomas Ferreira Leal, Samuel Alencar, Raphael Pelegrino, Alvaro Rocha, Hollanda Cavalcanti, Mário Lisboa, Amadeu Toledo, Joaquim Andrade Miranda, Oscar Araújo Costa, Áurea Baptista, Guelfo Cappeto, Nadyr Oliveira Martins, Hilda Kelm, Ângelo Marques, Athayde F. Oliveira, Abel de Barros, Ivette Dias, Walter Coutinho, Eliette de Almeida, Altair Rodrigues, Alberto Duarte, Jorge Stamato, Saul Dias Ferreira, Maria Lina e Francisco Soroa.
Sinopse: Finalmente! Luizinho consegue passar para uma árvore no interior do campo e assistir ao Fla-Flu! Entra um gol do Flamengo. O pequenino perde o equilíbrio e cai. É socorrido por um diretor do clube que o conduz à casa, de automóvel. A mãe do pequeno, viúva de um grande sportman, os recebe com gratidão. Dias depois, Mathilde leva o filho à casa de uma pequena discípula, Maria Helena, que mora num palacete. Tornam-se amigos o menino pobre e a menina rica. Há um idílio infantil. D. Matilde comunica ao menino que o Flamengo irá custear a sua educação. Uma vida nova, um mundo novo, começa para Luizinho. Maria Helena embarca para a Europa.
Dez anos depois, os jovens encontram-se como desconhecidos. Rubens, rapaz de, fortuna, mestre de Luizinho no terreno esportivo, é quem o apresenta a Maria Helena, numa estação de rádio. Ambos cantam. Ao espírito da moça acodem recordações da infância. Porém Rubens ama Maria Helena e quer desposá-la.
Trava-se o conflito sentimental. Na véspera de outro Fla-Flu, Maria Helena declara, gracejando, que se casará com aquele que der a vitória ao Flamengo. Um treino vai decidir a quem caberá comandar o ataque rubro-negro: se a Luizinho ou a Rubens. Este último não tem a leveza do rival. Rubens machuca-se e, ao ser socorrido, confessa ao amigo a sua angústia. Luizinho resolve sacrificar-se, atuando mal de propósito. Rubens vai comunicar a Maria Helena a sua escalação. Vê porém o seu desespero e compreende que ela ama Luizinho.
Observações: Alma e corpo de uma raça era um semi-documentário da epopéia do esporte brasileiro. Primeiro filme de longa-metragem, feito com oitenta por cento de artistas amadores e atores de teatro, com a participação do Clube de Regatas do Flamengo, por suas seções de remo, esgrima, basquetebol e natação, marcando a colaboração do esporte com o cinema brasileiro. Estreou no Cinema São Luiz (Rio de Janeiro), a 14 de novembro de 1938. A 15 de novembro, comemoração da Proclamação da República e aniversário do Clube de Regatas do Flamengo, na sessão das 22 horas, o filme foi assistido pelo Presidente Getúlio Vargas, acompanhado de D. Darcy Vargas, Ministro Gustavo Capanema, Interventor Amaral Peixoto e D. Alzira Vargas, representando forte estímulo e a confiança do governo nos destinos do cinema brasileiro.

ARUANÃ - 1938 - Brasil / Rio de Janeiro - 80 minutos - Ficção, semi-documentário - Preto e Branco
Direção, produção e roteiro: Líbero Luxardo
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Argumento: baseado na lenda da serra dos Martírios - Fotografia: A.P.Castro - Som e seleção musical: Hélio Barrozo Netto - Desenho do cartaz: Clóvis Amado Teixeira - Gráfica: C. Mendes Júnior.
Intérpretes: Fritz Duchene (alemão), Aristides Vicente Mendes (branco e o cacique Charimun), Domingos Silva (negro), Sylvio Silveira ("mocinho" da índia), Alfredo Cunha (outro "mocinho"), Kaotiki (índia branca "falsa"), Dilo Guardia (locutor do filme), Jorge Martinez , e outros.
Sinopse: Mostra-nos a grandiosidade espetacular desse ângulo do nosso hinterland e arrasta até os olhos do branco os índios Javahés. Fixa o encontro do brasileiro urbano com o brasileiro da selva, a luta do homem contra a hospitalidade muda da floresta, cheia de emboscadas armadas pela mão da Natureza, e encanta e perturba nos seus românticos idílios vividos pela índia que vê pela primeira vez um homem branco e sente, por ele, irresistível atração.
Observações: Exteriores: na região do rio das Mortes, entre os índios Javahés.
Um semidocumentário, não realista, com legendas superpostas, traduzindo o diálogo da índia. Foram usadas, também, várias cenas superpostas, "máscaras" abrindo e fechando as mudanças de cena. No final do filme, as paisagens foram feitas com lindos trechos de documentários da Cinédia. A Cinédia importara a primeira copiadora "Matipó" - máquina que copiava o som, imagem, colocava letreiros superpostos, ao mesmo tempo e automaticamente.
A abertura e o final de "Aruanã" tiveram a participação do coral do Maestro Barrozo Netto, com música de sua autoria e direção do próprio autor. Entre as canções típicas, "Serenata à Princesa de Aruanã", de Nelson Trigueiro e Florêncio Santos.
O filme estreou no Cinema Alhambra (Rio de Janeiro), a 30 de maio de 1938, e no Cinema São Bento (São Paulo), a 20 de junho de 1938. Tinha oito partes, com uma duração de 80 minutos. Censura nº 11.725, livre.

MARIDINHO DE LUXO - 1938 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro, direção artística e edição: Luiz de Barros
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento: baseado na peça teatral "Compra-se um marido", de José Wanderley - Fotografia: A. P. Castro - Som: Hélio Barrozo Netto - Diretor artístico.- Luiz de Barros - Cenografia e montagens: Alcebíades Monteiro e Alceu Rodrigues - Bailados: Valery Oiser - Orquestrações: Joaquim Correa Rondon - Direção musical: Ernâni Amorim.
Números musicais: Linda Batista canta "Cangaceiro chegou" (Alberto Ribeiro e L. Teixeira); outras canções com Cândido Botelho..
Intérpretes: Mesquitinha. (Marcos), Maria Amaro (Patrícia)., Oscar Soares (Sr. Castro, pai), Maria Lino (Tia Clementina), Bandeira Duarte (Secretário Barbosinha), Anna de Alencar (Zélia), Rodolfo Meyer (amigo de Marcos), Arnaldo Coutinho (Ernesto), Lúcia Lamour, Carlos Ruel, Carlos Barbosa, Augusto Aníbal, Fada Santoro, Maria Lisboa, Manoelino Teixeira, Júlio Penha.
Figuração e extras: Abel Pêra, Artur Gania, Cardoso Galvão, Fialho de Almeida, Maria Muniz, Armando Duval, Artur Leitão, Delphin Gomes Humberto Miranda, Sirene Tostes, Acácio da Silva, Álvaro Rocha, Américo Vanicuri, Anita Miranda, Antônio Lúcio, Arminda Pinho, Artur Sanchez, Augusto Hourinage, Avelino Garcia, Carlinda de Souza, Consuelo Marini, Dalila Bittencourt Dias, Dulce Cordeiro, Elza Alves, Ernâni Miranda, Helga Nlutich, Holanda Cavalcanti, Irene Martins, Itália Azevedo. lvete Dias, Ivone Alves, Joaquim Cunha Miranda, Lolita Machado, Maria Santos Martins, Nina Consuelo, Norberto Teixeira, Olinda Falcone, Oscar Araújo Costa, Paulo Mello, Raphael Pelegrino, Ruth Consuelo, Sebastião Rosa e Silva, Silvio Silveira, Thiomar Ferreira Leal, Yolanda Santoro, Alcina Miranda, Américo Gomes Cunha, Anita Macedo, Anthoniel Dias Oliveira, Aristides Vicente Mendes, Artur e Samuel Alencar, Áurea Batista, Bento de Oliveira, Carmem Vieira, Dalila Souza, Dinorah Andrade, Edith Vasconcelos, Ellias Celeste, Francisco Gomes, Hilda Kelm, Iara Vivuri, Jocelina Leal, José Guilherme, José Wandeck, Jurea Silva, Lázaro Schwartz, Maria lzabel, Nadir Oliveira Martins, Noêmia Mattos, Nuripê Bittencourt, Ondina Macedo, Oswaldo Batista, Polirio Lessa, Richard Murdock, Salure Hunk, Sílvia Costa, Suzanna Harlin, Vera Moina e Zizinha Macedo.
Sinopse: Maria Amaro, rica, riquíssima, com pai bonachão que não quer saber de aborrecimentos, e por isso está sempre a fazer todas as vontades à sua filha. Ela foi criada em um meio que era todo seu, fruto dos seus caprichos, e um dia resolveu se casar. Isso seria um caso comum, mas a pequena caprichosa e rica "quer comprar um marido" ... Quer tê-lo como quem tem um cachorrinho, preso à corrente, para fazer dele o que bem entender. O marido veio, mas acabou se insurgindo contra a situação. E, a princípio espantada pela revolta da "sua" criatura, acaba tendo ciúmes do marido. E começou a luta, luta que pode ser de sofrimento para ela, mas cria situações que para o espectador tornam-se cômicas.
Observações: Primeiro filme de Fada Santoro
O filme estreou a 8 de agosto de 1938, no Cinema Odeon (Rio de Janeiro), tendo como complemento o curta-metragem da Cinédia "A Caminho de Petrópolis".

TERERÊ NÃO RESOLVE - 1938 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro e montagem: Luiz de Barros
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento e adaptação cinematográfica "No carnaval é assim", de Bandeira Duarte - Fotografia: A. P. Castro - Cenografia: Hippolito Collomb - Som: Hélio Barrozo Netto - Música: Ercole Vareto.
Números musicais: "Seu condutor" (Herivelto Martins) com Alvarenga e Ranchinho - Participação da orquestra do Cassino da Urca.
Intérpretes: Mesquitinha (Mesquitinha), Rodolfo Mayer (Rodolfo), Maria Amaro (Maria), Oscar Soares (Oscar), Lígia Sarmento (Lígia), Carlos Barbosa, Zizinha Macedo (tia), Arnaldo Coutinho (o português Artur), Ana de Alencar (empregada), Ivan Villar (bailarina), Carlos Ruel (maitre do baile), Procópio Ferreira, Paulo Gracindo, Heloísa Helena, Olga Nobre, Zaíra Cavalcânti, Morais Cardoso (rei Momo), e outros
Sinopse: "Tererê não resolve" é um vaudeville engraçadíssimo. Não se trata - como poderá parecer pelo título - de um filme de carnaval e sim uma comédia passada durante os festejos de Momo. São três casais, dois já moradores do Rio; o terceiro, "aquele que detesta o carnaval", chegando para visitar uma tia. Uma das mulheres aposta que todos os maridos são infiéis. Mandam convites aos maridos para o baile de carnaval. Estes arranjam um pretexto para poderem comparecer. Elas por sua vez vão disfarçados, assim como a empregada. Daí a confusão no baile, cada um namorando a mulher do outro.
Observações: Cenas do baile: Baile das Atrizes (João Caetano). Cenas de corso: segunda-feira de Carnaval na Avenida; todas as outras cenas, inclusive do Rei Momo, filmadas nos Estúdios da Cinédia.
O filme, uma comédia vaudeville, estreou no Cinema Alhambra (Rio de Janeiro), a 5 de março de 1938, e no Cinema Apollo (São Paulo), a 3 de maio de 1938. Foi o primeiro filme brasileiro de 1938. A Cinédia acabara de filmar "Samba da vida", e como tinha os artistas contratados, aproveitou para fazer um filme relâmpago, em sete dias. Participavam os primeiros artistas contratados por mês, no Brasil, os chamados stock players. Eram Mesquitinha, Rodolfo Mayer e Oscar Soares.

ESTÁ TUDO AÍ - 1939 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Mesquitinha.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Carlos Barbosa.- Argumento baseado na peça teatral: "Ride palhaço", de Paulo Orlando e - Roteiro; Mesquitinha e Agostinho José Marques Porto - Diálogos refeitos: Adhemar Gonzaga - Fotografia: A. P. Castro - Som: Hélio Barrozo Netto
Números musicais: Augusto Vasseur (uma abertura: composição e instrumentação; instrumentação de uma marcha e regência durante uma gravação); "Boneca de piche" (Ari Barroso) com Déa Maia e Apolo Correia.
Intérpretes: Mesquitinha (Generoso), Manoel Pêra (Bragança, o Português), Violeta Ferraz (Filomena), Alma Flora (Carolina, filha), Nilza Magrassi (Carmem, filha), Paulo Gracindo (Batista), Oscarito (Juquinha), Apollo Correia (Napoleão, molecote), Déa Maia (Iracema, mulata cozinheira), Sanny Castro, Abel Pêra, Zizinha Macedo, Nina Consuelo, e outros.
Sinopse: "Está tudo aí" é a história de um chefe de família, atucanadíssimo em sua "prontidão" econômica, em vésperas do soberbo carnaval carioca e com uma "prole" que gosta do brinquedo de Morno. Venham ver e sentir os golpes desesperados para ele conseguir a "grana" indispensável para os folguedos do carnaval carioca.
Observações: O primeiro dia de filmagem foi a 24 de janeiro de 1939; o filme estreou no Cinema Broadway (Rio de Janeiro), a 27 de fevereiro de 1939.

JOUJOUX E BALANGANDÃS - 1939 - Brasil / Rio de Janeiro - 75 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Amadeu Castelaneta.
Companhia produtora: Hammann Filme
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção.- Adhemar Conzaga - Argumento baseado na peça homônima de Henrique Pongetti - Fotografia e edição: A. P. Castro - Som: Hélio Barrozo Netto - Cenografia: Flávio Leo da Sllveira, Lazary e Oscar Lopes.
Números musicais: "Aquarela do Brasil" (Ari Barroso) com a orquestra de Radamés Gnatalli; "Blues of Hawai", "Boneca de piche" (Ari Barroso); "Guri", "Hélio Manhattan", fox-sapateado; "La Lampe", "Madame espera um chapéu" (Sra. Hugo Pontes); "Makuchila" e "O mar", de Dorival Caymmi; "Muguets de Paris", Alma da Cunha Miranda; "Nós temos balangandãs", Sra. Janny Hime; "Yayá baianinha", toada, Humberto Porto; "Nostalgia de Mar del Plata", tango; "Policromia, Quartier Latin, Ritmos bárbaros, pot-pourri de várias composições, entre elas o Bolero, de Ravel, Sra. Abiah Carvalho; "Uma semana em tempo de swing", "Soldado" e "Midinette".
Intérpretes: Cândido Botelho, Alexandre Azevedo, Dorival Caymmi, e outros.
Observações: Versão cinematográfica da feerie de Henrique Pongetti e Lea Azeredo da Silveira, com a cooperação de llka Labarthe e Lia Amaral. Um mosaico artístico, repetindo no cinema o espetáculo beneficente apresentado no Teatro Municipal, interpretado por amadores da sociedade carioca e alguns profissionais. Os estúdios da Cinédia foram alugados, com todo o equipamento, a preço de custo, para colaborar com a Sra. Darcy Vargas. O aluguel inicial era de dez dias, começando a 26 de agosto de 1939; porém, os trabalhos prolongaram-se por setembro e outubro, prejudicando grandemente toda a programação da Cinédia.
Cerca de 280 amadores participaram do filme, que estreou no Rio de Janeiro a l de dezembro de 1939, nos cinemas São Luiz, Odeon, Roxy e América. Na sessão de estréia das 22h estiveram presentes, entre outras personalidades, a Sra. Darcy Vargas. Em São Paulo, o filme foi lançado a 4 de dezembro de 1939, nos cinemas Art-Palácio, Rosário e Odeon (Sala Vermelha). Tempo de projeção: 75min, com oito partes. Censura, número 15.793, livre.

ONDE ESTÁS, FELICIDADE? - 1939 - Brasil / Rio de Janeiro - 90 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro e montagem: Mesquitinha
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: DFB
Produção: Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Arnaldo Coutinho - Argumento: baseado na peça homônima de Luís Iglézias - Som: Hélio Barrozo Netto - Fotografia: A. P. Castro - Trilha: Radamés Gnatalli e Luciano Perrone; canções executadas pela orquestra da Rádio Nacional, sob a direção de Romeu Ghipsman e regência de Radamés Gnatalli.
Números musicais: "Onde estás, felicidade?", interpretada por Alma Flora, com a voz de Sônia Barreto, Rainha da Canção Brasileira na época. A dublagem de voz trocada foi usada pela primeira vez no cinema brasileiro.
Intérpretes: Rodolfo Mayer (Paulo), Alma Flora (estréia no cinema) (Noêmia), Oscar Soares (Napoleão, pai de Noêmia), Luíza Nazareth (estréia no cinema) (Velha Clodô), Carlos Barbosa (Sr. Pereira, jardineiro), Mesquitinha (Félix), Grande Otelo (Sebastião), Paulo Gracindo (Dr. André), Wanda Marchetti (Mme. Lúcia), Dircinha Batista (Srta. Nonoca), Lourdes Mayer, Henriqueta Romanita Cardona, Pola Stuart, Sanny Castro, Ghyta Yamblousky, Anna de Alencar, Abel Pêra, Carlos Ruel, Manoel Pêra, Armando Braga, Fialho D'Almeida, Oscar Cardona, Álvaro Augusto, e outros.
Sinopse: "Onde estás, felicidades" é uma história sentimental e humana. Uma história que focaliza um velho tema como a própria humanidade, mas atual porque é eterno. "Onde estás, felicidade?" é uma adaptação da famosa comédia que as platéias de todo o Brasil tanto aplaudiram.
Observações: No primeiro dia da filmagem, 24 de maio de 1938, o presidente da República, Getúlio Vargas, era esperado para visitar os estúdios onde seria oferecido um coquetel à imprensa, em comemoração ao mês do cinema brasileiro. Lourival Fontes, diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda, representou o presidente; Gastão Soares Filho representou o ministro da Educação, e ainda compareceram Átila Soares, secretário do Interior da Prefeitura e todo o gabinete; o Cel. Edgard Facó, comandante da Polícia Militar e outras personalidades. "Onde estás, felicidade?" já apresentava invejável melhoria de qualidade técnica. A Cinédia não somente inaugurava a revelação contínua no Brasil, como possuía copiadoras com variação automática de luz.
Com o objetivo de atrair público, no elenco havia atores da Rádio Nacional, na época ouvida com grande interesse em todo o Brasil.
Após "Onde estás, felicidade?", viria a II Guerra Mundial e o conseqüente racionamento de filme virgem, provocando dificuldades imensas à produção cinematográfica brasileira. O filme, pela delicadeza de seu enredo, obedeceu a um marketing publicitário para o lançamento, dirigido particularmente às mulheres, pelo fato de reunir nas suas personagens tipos expressivos da mulher brasileira.
"A Hora Feminina", da Rádio Cruzeiro do Sul, dirigida por Ilka Labarthe, instituiu um concurso para a melhor resposta à pergunta "Onde estás, felicidade?", e assim pela primeira vez o mundo feminino teve a oportunidade de opinar livremente, o que não deixou de ser uma tímida manifestação feminista. A película estreou no Cinema Broadway (Rio de janeiro), a 17 de abril de 1939, tendo como complemento o curta-metragem da Cinédia, "Museu Simões da Silva". Tempo de projeção, 1h30min com 2.427m. Em 1978 foi feita uma restauração de "Onde estás, felicidade?", com pesquisa, planejamento e supervisão geral de Alice Gonzaga Assaf.

DIREITO DE PECAR - 1940 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção e argumento.- Leo Marten.
Companhia produtora: Pan America Filmes (primeiro filme)
Companhia distribuidora:
Produção: Armando F. Peixoto - Livro, baseado no filme: Odilon Jucá - Fotografia: George Fanto - Som: A. P. Castro - Cenografia: Hippolito Collomb - Música original: "Direito de pecar" de Nássara e Frazão, cantada por Newton Paz, gravada com a orquestra de Napoleão Tavares.
Intérpretes: César Ladeira, (Rodolfo, médico). Nilza Magrassi (Nina), Sarah Nobre (D. Aurora,. a sogra), Marisa Suliman (Alice), Nelson de Oliveira (Lulu), Zilka Salaberry, Jô Guaraná, e outros.
Sinopse: Comédia deliciosa de uma malícia e realismo da vida carioca. O dever de uma esposa em face das leviandades de uma grã-fina.
Observações: Primeiro filme produzido pela Pan América Filmes
Primeiro filme de Marisa Suliman.
O filme teve inicio a 26 de março de 1940 e estreou no cinema Broadway (Rio de Janeiro), a 10 de junho de 1940.

ETERNA ESPERANÇA - 1940 - Brasil / São Paulo - Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e argumento: Leo Marten.
Companhia produtora: Companhia Americana de Filmes (SP) / Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Fausto Muniz - Assistentes de direção: Lamartíne Silva e Oswaldo Silveira - Cenografia: José Gomes - Montagem: Achilles Tartari - Fotografia: Serge Osum e George Dusek - Som: Eduardo Rocha
Intérpretes: Silvinha Melo (Americana loura), Sônia Veiga (Morena), Milton Braga Junior (Marrueiro, galã), J. Silveira (Nordestino de meia idade), Nelson Oliveira (Jovem yankee), Carlos Barbosa (Mordomo), Yolanda Rosa, Oswaldo Loureiro, Carlos Ruel, José Bernardino Silva, e outros.
Sinopse: A história nos mostra um marrueiro se apaixonando por uma linda norte-americana, cujo avião, em pane, cai na caatinga. E então todo um complexo de problemas surge, em que vemos o sorrir de sua alma rude que não pode compreender o ridículo de sua posição, pois que não conhece o mundo exterior. Ele ama, e quando ela se vai, socorrida por outro avião que vem em sua procura, quando volta ao seu mundo, ao conforto de um palácio na Quinta Avenida, em New York, ele se prepara para ir ter onde ela estivesse, ao fim do mundo, se preciso. E o pobre marrueiro toma o pouco que tem, entrouxa o que é seu, prende os seus haveres a um varapau que suspende ao pescoço, abriga a cabeça em desabado chapéu de couro, e se vai... para onde?... Para ela. É a sua eterna esperança.
Histórico: Exteriores: Iraucuba (Ceará).
Foi a primeira dublagem feita no Brasil, e pela Cinédia. Estreou no Cinema Rex (Rio de Janeiro), em março de 1941, e em São Paulo no Broadway, em 1940.

PUREZA - 1940 - Brasil / Rio de Janeiro - 145 minutos - Drama - Preto e branco
Direção e cenários.- Chianca de Garcia.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção.- Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Fernando de Barros - Argumento inspirado no romance de José Lins do Rego, que fez os diálogos - Roteiro: Milton Rodrigues e Chianca de Garcia - Fotografia: Aquilino Mendes - Som: Hélio Barrozo Netto - Montagem: Hippolito Collomb - Músicas: Dorival Caymmi - Orquestração: Radamés Gnatalli - Orquestra: Luciano Perrone - Anotador: Olyntho Marconi - Desenho do cartaz: Eduardo Buth - Gráfica: Casa Valele.
Intérpretes: Procópio Ferreira (Cavalcanti, chefe da estação); Sarah Nobre (Francisquinha, sua esposa), Conchita de Moraes (Felismina), Sônia Oiticica (Maria Paula), Nilza Magrassi (Marga), Sérgio Serrano (Dr. Jorge), Roberto Acácio (Chico Bem-Bem), Sadi Cabral (Cego Ladislau), Manoel Rocha (Coronel Juçara), Roberto Lupo, Pedro Dias, Bandeira de Melo, J. Silveira, Artur Leitão, Reginaldo Calmon, Jaime Pedro Silva, Júlia Vidal, Mendonça Balsemão, Zizinha Macedo, Janir Martins, Elias Celeste, e outros; colaboração da Escola de Samba Paz e Amor.
Observações: Externas efetuadas em Suruí, Mangaratiba, Cachoeira de Marimbondos (SP).
O diretor, Chianca de Garcia, um dos fundadores da Tobis Portuguesa, produtora de filmes, veio especialmente de Portugal, contratado pela Cinédia, para dirigir "Pureza", e trouxe alguns técnicos, pois a Cinédia desejava renovar sua equipe técnica. A filmagem inicial foi a 20 de março de 1940. Considerado pelo clube de fãs o "melhor filme brasileiro de 1940", "Pureza" também recebeu o primeiro prêmio para filmes nacionais, instituído pelo então Departamento de Imprensa e Propaganda.
"Pureza" retoma uma tradição do cinema brasileiro em seus primeiros tempos: o uso de roteiros extraídos de nossas obras literárias. O filme tem a peculiaridade de ter usado a um só tempo equipamento pesado e leve (câmeras blindadas Super-Parvo e Eyemos a corda), respectivamente no estúdio e nas locações ao ar livre.
Estreou no cinema São Luiz (RJ) a 8 de novembro de 1940. Tempo de projeção, 145min, com 2.907m. Certificados de censura nºs. 18.177 e 18.242. Estreou em São Paulo a 4 de novembro de 1940. Exportado para Portugal e colônias. Foi recuperado em 1977, com pesquisa, planejamento e supervisão. geral de Alice Gonzaga.

24 HORAS DE SONHO - 1941 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Chianca de Garcia.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento: Joracy Camargo - Assistência geral: Manoel Rocha - Som: Hélio Barrozo Netto - Fotografia: George Fanto - Cenografia.- Hippolito Collomb - Gráfica.- Moraya.
Intérpretes: Dulcina de Moraes (Clarice), Odilon de Azevedo (Roberto), Conchita de Moraes (Camareira), Aristóteles Penna (Cícero), Laura Suárez (Princesa Merly de Aubignon), Átila de Moraes (Conde Guilherme Stanley), Sarah Nobre (Mme. Flora), Sadi Cabral (Gerente do hotel), Pedro Dias (ladrão), Silvino Netto, Paulo Gracindo, Oscarito Brennier, José Soares, José Mauro Vasconcellos, Carlos Barbosa, Luiz Tito, Jorge Diniz, Ferreira Maia, Túlio Berti, Álvaro Costa, J. Silveira, e outros.
Sinopse: Conta-nos as peripécias de uma pequena decidida a pôr termo à vida e aproveitar até a última gota seus últimos momentos de existência. Instala-se num luxuoso hotel sob o nome suposto de uma baronesa. Compra a crédito toilletes faustosas, arranja um flirt e... deixa a vida correr. Como pano de fundo uma aristocracia européia de verdade, hospedada no hotel, vítima da Segunda Guerra.
Observações:
Primeiro filme de Dulcina de Moraes. Destaque-se a participação de toda a família Moraes no filme. Conchita e Átila eram os pais de Dulcina, e Odilon, o marido da artista. Dulcina canta no filme "Mulher Sherlock", de Muraro, e Janir Martins canta "Quem viu". Há um diálogo rápido de Aristóteles Penna com o seu carro, que responde piscando o farol, acendendo e apagando. Cena repetida muitos anos depois no filme norte-americano "Se meu fusca falasse".
Histórico: "24 Horas de sonho" apresenta uma partitura musical composta especialmente para o filme, música que vai do princípio ao fim acompanhando o ritmo dos movimentos, conservando um valor sinfônico especial. Aplicou-se música incidental, até então inédita no cinema brasileiro, de autoria do Maestro Arthur Brosmans. Os figurantes eram tipos inéditos no cinema brasileiro: alourados, olhos azuis, altos, com idioma compreendido apenas entre eles. Um grupo selecionado. Dir-se-ia que estavam ali para um baile oficial e nunca à disposição das câmeras. Eram refugiados poloneses que, esquecendo seu drama, faziam jus ao cachet num filme brasileiro, permitindo que os estúdios se transformassem num luxuoso salão da Velha Varsóvia dos remotos tempos de paz". (Celestino da Silveira, 1941.) Outra curiosidade: depois de pronta a luxuosa comédia, a Comissão de Censura Cinematográfica mandou suprimir dos letreiros de apresentação a enumeração das casas comerciais que haviam cedido móveis e objetos de arte para as montagens, tendo a Cinédia recorrido da decisão. O início da filmagem foi a 22 de outubro de 1940, sendo a estréia a 25 de setembro de 1941, no Rio de Janeiro, nos cinemas São Luiz, Carioca e Odeon.

O DIA É NOSSO - 1941 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, argumento e cenários: Milton Rodrigues
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia-
Produção: Adhemar Gonzaga - Diálogos: José Lins do Rego - Fotografia: George Dusek - Som: Hélio Barrozo Netto e A. P. Castro - Montagem: Hippolito Collomb - Cartaz: Ophelio S. Gomes - Gráfica: Moraya - Música: Donga e David Nasser - Orquestrações e regência: Guerra Peixe e Arnold Gluckman - Orquestra: Luciano Perrone.
Intérpretes: Genésio Arruda (Caipira Guarabira), Paulo Gracindo (Campos), Roberto Acácio (Médico), Oscarito (Dr. Lemos), Sadi Cabral (Vendedor de bilhetes), Ferreira Maia (De chapéu, óculos, bebendo), Nelma Costa (Enfermeira), Manoel Rocha (Dono do hotel / bar), Jorge Diniz, Carlos Barbosa, Célia Maria, Jorge Silveira, Manoel Collares, Antônio Laio, Pinto Filho, Brandão Filho (repórter), Bandeira de Mello, Carlos D'Eça, Lopes Vieira, Batista da Silva, Alberto Martins, Ubirajara Vianna, Altair 0. Lima, Gil Mamoré, Alda Verona, Maria D'Oliveira, Inah Dort, Britz Dias, Yolanda Figueiredo, Alberto Martins, Álvaro Rocha, Paulo Celestino, Armando Nascimento, e outros.
Sinopse: "A história se passa num vilarejo do interior. Tudo gira em tomo de vários bilhetes de loteria adquiridos em conjunto, sendo um deles o número "da placa do carro acidentado", que foi o premiado. Não sabem quem o adquiriu, pois colocaram em envelopes fechados e guardaram no Banco. Todos esperam aflitos o gerente para abrir o cofre e saberem quem tinha sido o premiado. Filme minuciosamente trabalhado. "O dia é nosso" apresenta tipos de um grande interesse humano. Um deles é Guarabira, que introduzi no argumento, e figura que se encontra, a cada passo, no interior brasileiro. Imaginem um homem engraçado que diz verdades - é o caso de Guarabira; Genésio Arruda dá a esse tipo um palpitante relevo. A "mocinha" - Nelma Costa - é uma personagem muito bem composta e que, sobretudo, se libertou do perigo de convencionalismo. Pinto Filho fez um dos grandes tipos do filme: um figurão de interior, que tem a mania do discurso e que fala em toda a parte e a toda hora. Uma figura impressionante de humanidade". José Lins do Rego, Cine Rádio Jornal, 6 de março de 1941.
Observações: Primeiro filme de Nelma Costa
Comédia do gênero caipira, tipicamente brasileira, tem no papel principal Genésio Arruda, pioneiro do cinema falado no Brasil, três vezes dirigido por Luiz de Barros e agora neste seu primeiro filme para a Cinédia.
"Quando, em 1929, os fãs se deliciavam com a primeira produção falada, de origem norte-americana, fazia-se também a primeira fita falada no Brasil, pelo mesmo processo Vitaphone, e onde Genésio Arruda aparecia falando e cantando suas características emboladas. Foi o filme "Acabaram-se os otários", de Luiz de Barros", Cena muda, l de outubro de 1940.
"Janir Martins canta "Os requebros de Sinhá Flor", de David Nasser, considerado pelo próprio autor, na época, um retorno ao samba, ao samba autêntico, não desvirtuado no seu ritmo e nos seus efeitos orquestrais, totalmente libertos da influência estrangeira". As filmagens tiveram início a 31 de outubro de 1940, à noite, pois durante o dia era filmado "24 Horas de sonho". "O Dia é nosso" estreou no cinema Rex (Rio de Janeiro), a 17 de novembro de 1941. "O Dia é nosso " era expressão muito comum na época; queria dizer: use-o.

SEDUÇÃO DO GARIMPO - 1941 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção, argumento, roteiro e montagem: Luiz de Barros.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção.- Adhemar Gonzaga - Fotografia.- A. P. Castro - Som: Luiz Braga Junior - Cenografia.- Hippólito Collomb - Desenho do cartaz:: Oscar Bastos - Gráfica: Moraia - Direção musical e orquestra: Emâni Amorim - Acordeonista: George Brass.
Intérpretes: Marie Abbate (Maria), Frank Mazzone (Frank), Dianne Dreene (Billie, loura), Roberto Lupo (Carlos Moreira), Rodolfo Mayer (Vilão espanhol), Carlos Barbosa. (Dono da tendinha), Carlos Ruel e Grande Otelo (Empregados da tendinha), Abel Pêra (Moribundo), Nan Bower (Segunda loura), Joya Malten (Miss, morena), Nilza Magrassi, Oscar Soares, Arnaldo Coutinho, Américo Vanicure, Elias Celeste, Nuripé Bittencourt, Raphael Pelegrino, Othoniel Cornélio, Thomas Ferreira Leal, Arlindo Muccilo, Girls do Cassino da Urca, e outros.
Sinopse: É uma história de aventuras e amor, vivida no hinterland brasileiro, nas já lendárias zonas do garimpo para as quais se dirigem indivíduos procedentes de todas as partes do Brasil e do estrangeiro. O desenrolar do filme é dinâmico, apresentando seqüências de grande intensidade dramática, com episódios cheios de humorismo, que o tornam um espetáculo variado e por isso mesmo destinado a agradar..." O Dia (Curitiba), 14 de dezembro de 1943.
Observações: Exteriores: Barra da Tijuca.
O filme tinha originalmente o titulo de "Diamantes negros". O primeiro com diálogos em inglês e espanhol, era para ser exibido nos Estados Unidos. Para isso contou com a participação de Frank Mazzone e Dianne Dreene, conhecidos nos meios teatrais norte-americanos.
O tema da película era a selva brasileira, com sua imponente beleza, servindo de fundo a um drama desenrolado entre os exploradores do ouro, nos sertões bravios, onde a suprema lei é a força. A selva brasileira foi filmada nos areais da Barra da Tijuca com tartarugas e jacarés. Estreou no Cinema Imperial (São Paulo), a 17 de outubro de 1941.

TUDO É VERDADE - IT'S ALL TRUE - 1942 - Brasil /Rio de Janeiro - USA / Hollywood - ... minutos - Preto e branco
(Versão inacabada)
OBSERVAÇÃO: ESTE FILME FOI, RECOMPOSTO, LANÇADO EM 1998
Direção, produção e roteiro: Orson Welles
Companhia produtora: Cinedia / Mercury Productions Inc. / RKO Rádio Pictures
Companhia distribuidora:
Assistente de direção: Richard Wilson - Argumento: Herivelto Martins (parte brasileira) - Diretor de produção: Lynn Shores - Fotografta e câmera Tecnicolor: W.Howard Green (Duke), Eddie Pyle, Henry Imus, Sis Zipser e J. M. Gustafson - Fotografia e câmera preto e branco: Harry Wild, Joe Birock e Willard Barth - Som: John L. Cass e WM. Turner e Fred - Grip: James Cirley - Gerador: WNI.B.Neff e Fred Anna Ford - Estúdios: Cinédia.
Histórico: Com a paralisação das filmagens de "It's all true", que seriam feitas por Orson Welles, o cinema brasileiro perdeu uma das maiores oportunidades de divulgação. Orson Welles desembarcou com uma equipe de 26 pessoas, no começo de fevereiro de 1942. Essa equipe foi acrescida de artistas e técnicos brasileiros. George Fanto e Reginaldo Calmon, da equipe Cinédia, com uma câmera Mitchell e uma Eyemo, e Roberto Cavalieri, com aparelho de gravação em disco da Cinédia, participaram das filmagens no Ceará e na Bahia. O filme teria quatro etapas distintas: uma a respeito dos Estados Unidos, outra com relação ao México, e duas sobre o Brasil: uma abordando o Carnaval Carioca e os jangadeiros nordestinos. Seriam apresentados aspectos de todos os pontos do país, a partir de Fortaleza, Recife, Olinda - igrejas e praias -, Bahia e Ouro Preto, com as solenidades da Semana Santa.
Durante sua estada no Brasil, a equipe de Orson Welles filmou:
a) três festejos pré-carnavalescos, no Rio de Janeiro e subúrbios;
b) quatro noites e três dias do carnaval carioca (filmados com grandes dificuldades pela insuficiência de luz e de gravação sonora, mas assim mesmo coroados de êxito);
c) paisagens naturais do Rio de Janeiro;
d) testes de pescadores em Fortaleza, a mil e oitocentas milhas do Rio;
e) as celebrações religiosas da Semana Santa, em Ouro preto;
f) todos os "clubes de samba" do Rio, como eram chamados, muitos dos quais encenados com exclusividade;
g) a reconstituição da chegada, no Rio de Janeiro, dos famosos jangadeiros nordestinos, que percorreram mil e oitocentas milhas para reclamarem do governo a devida assistência social para a classe;
h) duas semanas de filmagens, close-ups, gravação de discos e cenários especiais no estúdio da Cinédia, alugado por Orson Welles. Durante quase todo este período, a equipe trabalhou dia e noite, gravando a tarde e filmando à noite.
No palco A foi reproduzido um baile carnavalesco, com mesas dispostas convencionalmente, 50 extras, serpentinas,, confetes e músicas gravadas. Ao som das gravações, a multidão "dublava" as canções e os pares dançavam ante as câmeras. Depois que a maior parte de sua equipe voltou a Hollywood, Orson Welles e três de seus assistentes ainda 'ficaram no Brasil para a filmagem, em preto e branco, de algumas seqüências retratando a vida do chefe dos quatro jangadeiros - o "jacaré" - que morreu lamentavelmente enquanto representava a reconstituição da ousada aventura, em sua frágil jangada, a vinda épica de Fortaleza ao Rio de Janeiro.
Orson Welles tinha decidido filmar por conta própria, depois que a RKO resolveu fazer, também, filmes de guerra. Para o episódio cearense, foi encaixotado todo o material que deveria ficar mas, finalmente, foi levado para os Estados Unidos por ter sido considerado "material de guerra". Foram, então, suspensas as filmagens, depois de milhares de metros produzidos. Nessa viagem ao Brasil, Orson Welles se entusiasmou por nosso país, a começar pelo estúdio da Cinédia. Em entrevista ao jornalista H., 8 de abril de 1942: "Neste estúdio - disse ele - com um equipamento um pouco melhor do que o que ele possui, pode-se fazer ótimos filmes. Porque está muito bem construído".
Interrogado se usaria artistas brasileiros, respondeu: "- Claro! Tenho visto esplêndidos talentos. E espero ter chances de incluí-los nos meus filmes". E observou ter visto aqui o mesmo que em outros países: "falta de confiança nos valores nacionais". " - O cinema brasileiro - acrescentou - poderia florescer admiravelmente. E penso apenas no mundo de temas novos a explorar, que existe no Brasil. Os vaqueiros, os seringais, a gold rush em Minas, as figuras de D. João VI, de D. Pedro I e de D. Pedro II. Há assuntos maravilhosos, brasileiros, que fariam sensacionais argumentos".
O ator e diretor não falava apenas para ser agradável. Mostrava-se realmente entusiasmado pelo manancial que acabara de descobrir e pela perspectiva de explorar um campo praticamente inexplorado: o cinema brasileiro.
Acrescentou que o cinema mexicano começou sem estímulo e era bela realidade.
Adhemar Gonzaga, presente a esse diálogo, apenas sorria, ao ver que Orson Welles espontaneamente dava as opiniões que ele próprio sempre deu em toda sua vida.

ABACAXI AZUL - 1943 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e produção: Wallace Downey.
Companhia produtora: Sonofilmes / Cinédia
Companhia distribuidora: DN
Produção: Alberto Byington Júnior - Roteiro: Rui Costa - Fotografia: A. P. Castro e Basílio Viana - Som: Tommy Olenewa.
Números musicais: "Luar de Paquetá" (Hermes Fontes e Freire Júnior), com Arnaldo Amaral e Enide Braga, e conjunto de Benedito Lacerda; "Antonico ficou rico" (Antônio Almeida e Roberto Roberti), com os Anjos do Inferno; "Vestido de bolero" (Dorival Caymmi) com Anjos do Inferno; "Voltemos a Viena" (Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago) com Dirce Batista e Orquestra de Napoleão Tavares; "Despertar da montanha" (Eduardo Souto) com Dilermando Reis e seu conjunto de violões; "Seu Onofre" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Lily Moreno e o Regional de Benedito Lacerda; "Tique-tique dans le fubé" paródia de "Tico-tico no fubá" de Lucienne Boyer, com Castro Barbosa e Lauro Borges; "Oh Suzana" (João de Barro) com Marilu Dantas, Xerém e Chocolate, e Napoleão Tavares e sua orquestra; "Acontece que sou baiano" de e com Dorival Caymmi; "Idalécia" de e com Alvarenga e Ranchinho; quadro final com 54 moças uniformizadas.
Intérpretes:
Alvarenga e Ranchinho (Dois advogados), Duarte de Moraes, Solange França, Dercy Gonçalves, Sandraly, Eladyr Porto, Chocolate e Xerém, Juvenal Fontes, Dalva Mira, Eunice Lopes Conceição, Cícero (violão) e Arnaldo Estrela (piano), e outros.
Participação especial: elenco do programa PRK-30, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, com Lauro Borges e Castro Barbosa; os cantores Pedro Virgolas e Otelo Trigueiro.
Sinopse: As cenas principais se passam em pequeno povoado onde Alvarenga e Ranchinho têm um escritório de advocacia. Vêm, depois, os dois, ao Rio, a fim de contratar artistas para a estação de rádio do lugarejo e, nisso, se resume o enredo. Passa, então, o filme a ter o aspecto de revista porque, na escolha do pessoal a ser contratado, há ocasião para a apresentação dos conjuntos musicais, todos sobejamente conhecidos do público através do rádio.
Observações: Comédia musical carnavalesca e satírica, iniciada a 11 de novembro de 1943, encerrando-se as filmagens a 23 de dezembro de 1943. Estreou no Rio de Janeiro a 14 de fevereiro de 1944, nos cinemas Vitória, Roxy e América, e em São Paulo, na mesma data, no Art-Palácio.

CAMINHO DO CÉU - 1943 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção, produção e argumento: Milton Rodrigues.
Companhia produtora: Milton Rodrigues / Cinédia
Companhia distribuidora:
Diálogos: Dinah Silveira de Queiroz - Som: Ludovico Berendt - Fotografia: George Dusek - Cenografia: Lazlo Meitner - Orquestrações de Radamés Gnatalli e Lyrio Panicalli, que colaboraram com a orquestra e coro.
Números musicais: Coro das lavadeiras (bailado regional),. de Ari Barroso, dançado por Eros Volusia; "Não olhe para trás", de Alberto Ribeiro, canta Rosina Pagã; "Caminho do céu", de David Nasser; "Dá no pandeiro, ué", de Grande Otelo e Cícero Nunes, cantam Grande Otelo e Haydée Marcondes.
Intérpretes: Rosina Pagã (Sônia), Celso Guimarães (Roberto), Luiz Tito (Lauro), Sarah Nobre (Tia), Grande Otelo (Molecote que leva as malas), Eros Volusia, Sandro Roberto Polonio, Nilza Magrassi, Mário Salabern, Grijó Sobrinho, Haydée Marcondes, J. Silveira, Radamés Celestino, Isabel Lins, José Soares, Jesus Ruas, Edelweiss, Sally Loretti, Richard Scheiner, Oswaldo Rocha, Guilherme Gorgul, Odete Louro, Soledade Moreira, Mathilde Costa, Maria Alves, Odete de Souza, Hugo Leite, Oswaldo Luiz, e outros.
Sinopse: O Dr. Heitor Lacerda, rico industrial, perdeu sua esposa. Para esquecer suas mágoas dedicou-se inteiramente à sua filha Sônia e ao seu trabalho. Sua filha era rodeada de todos os carinhos e dos mimos de um pai extremoso. Numa reunião de diretores da Indústria Lacerda, todos os gerentes apresentavam balancetes com lucros nacionais, exceto a Usina da Serra, dirigida por Roberto. Este apresenta prejuízos consideráveis. Por isso, é censurado severamente por Lacerda. que lhe ordena o fechamento da Usina e a conseqüente dispensa de todos os operários. A tarefa é ingrata para Roberto, moço de grande coração e muito estimado por todos os subalternos, sempre tratados como amigos. A ordem é terminante!
Sônia é uma jovem elegante, bonita, inteligente, que vive rodeada de aduladores que procuram encorajá-la nos mínimos caprichos e extravagâncias. Não faltam os pretendentes ao seu grande dote. Sônia, porém, olha a todos com indiferença enquanto aproveita a liberdade e as liberalidades do pai. Roberto, que a ama secretamente, aconselha-a que abandone aquela vida frívola e realize alguma coisa útil em benefício dos que sofrem. Isso lhe dará mais confiança e alegria e, até, saúde. Sônia trata-o mal pelos conselhos e lembra-lhe que não passa de um subalterno de seu pai. O conselho de Roberto, porém, caíra em terreno fértil. Um incidente vai mostrar a Sônia o caminho certo. O médico examina a jovem, que não se sente bem, e aconselha-lhe repouso num lugar longe do bulício da cidade. Roberto chega a serra Negra - operários esperam-no com festas e homenagens, mas não sabem da desgraça que pesa sobre suas cabeças. Roberto reluta, mas, acaba dando a má notícia. Dias mais tarde chega Sônia, que tem uma fria recepção.
Na paz da fazenda, Sônia reflete sobre a vida inútil que está levando e começa a aquilatar a nobreza dos sentimentos de Roberto.
Uma noite, apanhada por uma violenta tempestade, Roberto conduziu-a à casa. Ela piora e advém febre alta. Roberto aflito telefona ao Dr. Lacerda, que vem acompanhado de um médico. No delírio da febre, Sônia fala e censura o pai por ter atirado à miséria aquela gente da usina. Dias mais tarde Sônia, nos braços de Roberto, assiste maravilhada ao início dos trabalhos numa nova fábrica de aviões que seu pai abrira para ajudar o esforço de guerra.
Observações: Exteriores: Em Manguinhos (bairro do Rio de Janeiro) e na Escola de Aeronáutica do Rio de Janeiro.
Lazlo Meitner, cenógrafo de "Caminho do céu" e de "O Ébrio", trabalhou na Europa com Alexander Korda e Jacques Feyder, sendo, ainda, pintor de renome. "Caminho do céu" é um filme nacionalista, social; na filmagem iniciada a l de abril de 1943, notou-se o aprimoramento técnico que havia chegado à Cinédia: câmera Super-Parvo, refletores M-Richardson e mixagem de extensão, equipamento do último tipo e pela primeira vez no Brasil. Estreou no Metro Passeio a 19 de agosto de 1943.

SAMBA EM BERLIM - 1943 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e edição: Luiz de Barros.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção e argumento: Adhemar Gonzaga.- Roteiro e cenários: Adhemar Gonzaga e Luiz de Barros - Som: Luiz Braga Júnior - Fotografia. A. P. Castro e George Fanto - Desenho do cartaz: Rodolfo Rieh e Ophelio S. Gomes - Gráfica: Moraya.
Números musicais: "Vatapá" (Dorival Caymmi), com Trigêmeos Vocalistas; "Passou a não falar", com Anjos do Inferno; "Conceição" (Herivelto Martins), com Linda Batista e Escola de Samba; "Nós as mulheres" (Jararaca e Jorge Murad), com Jararaca e Ratinho; "Ela" (Herivelto Martins e Príncipe Pretinho), com Francisco Alves; "China pau" (Alberto Ribeiro e João de Barros), com Luizinha Carvalho; "Danúbio azulou", (Nássara e Frazão), com Virgínia Lane; "Você sabe, moço" orquestração de Lazzoli, com Zilah Fonseca; "A lenda do Abaeté" (Dorival Caymi), com Trio de Ouro; "Baianinha" (Castro Barbosa), com Alice Vianna imitando Carmem Miranda; "Lua" e "Eu não agüento" (Assis Valente), com Stella Gil e Leo Albano; "Praça 11" (Herivelto Martins e Grande Otelo), com o Trio de Ouro.
Intérpretes: Mesquitinha (O que vem do interior), Laura Suárez (Grã-fina, Leda Lea), Dercy Gonçalves (Empregada), .Leo Albano (Soldado), Brandão Filho, Manoel Rocha, Grande Otelo, Jesus Ruas, Ziembinski, Grijó Sobrinho, Matilde Costa, Túlio Berti, H. Catalano, Carlos Barbosa, Pedro Dias, Abel Pêra, Milton Marinho, Ubi Vianna, João Baldy, Fialho D'Almeida, J. Silveira, Benito Rodrigues, Geraldo Freire, Paulo Gomes, José Garcia, Jorge Vianna, Lídia de Souza, Florisa Rios, Eunice Lopes, Antonieta Martinez, Edna França, A. Corrêa de Mello, e outros
Sinopse: Dois caipiras, Mesquitinha e Brandão Filho, vêm para o Rio atrás de uma moça que lhes enviara uma foto de uma artista. A moça de quem a foto fora enviada é Laura Suárez, noiva de um ricaço mas apaixonada de Leo Albano. Números de show no decorrer do filme.
Observações: O número musical "O Danúbio azulou" foi cortado pela censura.
Silvino Neto aparecia pela primeira vez como "Pimpinela ", ante as câmeras, como dono da pensão e açougueiro; Alvarenga e Ranchinho, vestidos de romanos, e José Gama participaram dos diálogos, e os dois primeiros interpretavam uma paródia de Casa de Caboclo,. de Heckel Tavares, e um pot-pourri de músicas conhecidas, criticando Hitler, e terminando com "O ébrio". Participação, também, dos Índios Tabajaras. A bateria da escola de samba era formada por Bucy Moreira, Raul Marques, Heitor dos Prazeres, Francisco de Souza (Chico da Cuíca), Claudionor Santos e Rubens Alves. O coro tinha a presença de Jorge Duarte, Mariano Pinto, Jaime Brito, Nair Santos, Jupira Brasil e Jessica Araújo.
O número Danúbio azulou, de Nássara e Frazão, com Virgínia Lane, foi cortado pela censura, pois a cenografia apresentava uma pintura de Stalin dentro de um barco. Iniciado a 23 de janeiro de 1943 e terminado em 16 de fevereiro, "Samba em Berlim" estreou no Rio de Janeiro a 22 de fevereiro de 1943, nos cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz e Parisiense, e em São Paulo a 3 de março de 1943, no Bandeirantes. Tinha, originalmente, 2.403m.
"O filme fez grande sucesso e ajudou a Cinédia que vinha atravessando dificuldades por causa da guerra. Os exibidores queriam muitas cópias e não se podia atender, porque não existia no mercado matéria-prima, o "positivo", para a execução das cópias". (Adhemar Gonzaga, 18 de fevereiro de 1943).

BERLIM NA BATUCADA - 1944 - Brasil / Rio de Janeiro - 115 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Luiz de Barros
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção e roteiro: Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Jurandir Noronha - Argumento: Herivelto Martins - Fotografia: Ludovico Berendt - Som: A. P. Castro - Montagem: W. A. Costa - Desenho do cartaz: Mello e Carlos.
Números musicais: "A tristeza" (Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres), com Leo Albano, Luizinha Carvalho; "Verão do Havaí" (Benedito Lacerda e Haroldo Lobo), com Fada Santoro, dublada por Dalva de Oliveira; "Silenciar a Mangueira, não" (Herivelto Martins e Grande Otelo), com Francisco Alves; "A marcha do boi" (Pedro Camargo), com os Trigêmios Vocalistas; "Bom dia, avenida" (Herivelto Martins e Grande Otelo), com o Trio de Ouro; "Não me nego, sou do samba" (Heitor dos Prazeres), com Chocolate e Flora Mattos; "Odete" (Herivelto Martins e Dunga), com Leo Albano; "Graças a Deus" (Grande Otelo), com os Índios Tabajara; "Quem vem descendo" (Herivelto Martins e Príncipe Valente), com o Trio de Ouro, Francisco Alves e as girls dos cassinos da Urca e Icaraí; "A voz do violão" (Francisco Alves e Horácio Campos), com Francisco Alves.
Músicas e esquetes (ordem de apresentação):
"A lavadeira" Herivelto Martins; "A Miserável... a mulher que me deixou", Alvarenga e Ranchinho - esquete - , diálogo de Hitler: Ivo de Freitas (como Hans von Chucruts) com Chocolate; "A Tristeza", de Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres, com Leo Albano e Laurinha de Carvalho; "Verão do Havaí", de Benedito Lacerda e H. Lobo, Fada Santoro canta com a voz de Dalva de Oliveira, e Margareth Lanthos (uma das havaianas); "Silenciar a Mangueira, não", de Herivelto Martins e Grande Otelo, Francisco Alves; pot pourri de adaptações de músicas clássicas com Edu e sua gaita; "A Marcha do boi", de Pedro Camargo, com Trigêmeos Vocalistas; "Bom dia, avenida"; "Quem viu a Praça 11 acabar", de Herivelto Martins com o Trio de Ouro
- Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chagas; "Desafio de piadas", Príncipe Maluco; "Não me nego, sou do samba, de Heitor dos Prazeres com Chocolate e Flora Mattos; "Odete", de Herivelto Martins e Dunga, com Leo Albano; "Graças a Deus", de Grande Otelo, com os índios Tabajara; "Quem vem descendo", de Herivelto Martins e Príncipe Valente, com o Trio de Ouro, Francisco Alves e girls do Cassino da Urca e lcaraí; "A voz do violão", de Horácio Campos (letra) e Francisco Alves (música), Francisco Alves; Arranjos e orquestrações de Morpheu Belluomini; gravações com as orquestras de Napoleão Tavares e Benedito Lacerda.
Intérpretes: Procópio Ferreira (Malandro Zé Carioca), Delorges Caminha (Turista americano), Chocolate (secretário do turista), Francisco Alves (Chico), Solange França (Odete), Alfredo Vivianne (Pacheco), Lyson Caster (Sra. do Pacheco), Leo Albano (Compositor de sambas), Luizinha Carvalho, Manoel Rocha, Matilde Costa, Peri Martins, Carlos Barbosa, Jararaca e Ratinho, Otávio de França, Pedro Dias, Grijó Sobrinho, Maurício Lanthos, as garotas dos cassinos da Urca e Icarai, Escolas de Samba de Heitor dos Prazeres e Herivelto Martins, e outros.
Sinopse:
Observações:
Um filme popular, mostrando a influência da guerra sobre o nosso cinema. O título foi inspirado nas notícias chegadas dos bombardeios efetuados pela FAB sobre a capital alemã. A II Guerra Mundial, então no apogeu, prejudicava o cinema brasileiro, com reflexos até 1951. Não existiam negativos suficientes para as filmagens (estavam racionados), nem produtos químicos de laboratório. Os fabricados no país, como hipossulfito e hidroquinone, não tinham a qualidade que hoje apresentam.
Pela primeira vez, no cinema brasileiro, aparecia a trucagem de diálogo com o mesmo artista na mesma cena. Silvino Neto falava com Silvino Neto (o Pimpinela), num esquete onde fazia quatro papéis diferentes. A filmagem teve início a 22 de novembro de 1943. Estreou no Rio de Janeiro - cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz e Parisiense a 7 de fevereiro de 1944. Tempo de projeção, 1h55min com 2.060m. A película foi restaurada em julho de 1976, com pesquisa, planejamento e supervisão de Alice Gonzaga.

O BRASILEIRO JOÃO DE SOUZA - 1944 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção, produção, argumento e roteiro: Bob Chust
Companhia produtora: Cinex
Companhia distribuidora: Cinédia
Diretor artístico e montagem: Ziembinski - Fotografia: John Reicheheim - Som: A. Bossman e Luiz Braga Júnior
Intérpretes: Sandro Roberto (João de Souza), Zezé Pimentel (Pretinha), Ziembinski (Otto, espião alemão), Graça Mello (Sílvio), Lu Marival (Olga), Rosita Rocha (D. Luzia), Bob Chust (Mário). Oswaldinho Loureiro (Mário, aos 8 anos), J. Silveira, Túlio Berti, Nelson Vaz, Lígia Walker, Milton Carneiro, Fadah Galas, e outros.
Sinopse: "João de Souza", que desde sua infância alimentava viva ojeriza pelos teutos, porquanto seu pai quando comissário do primeiro vapor brasileiro, afundado em 1917, pereceu vitima das balas alemãs, após um estágio na Escola de Grumetes, engaja no Lóide. Graças às suas aptidões e ótimo comportamento não tarda a ser promovido ao posto de 2º piloto. Enquanto isso, apaixona-se por Pretinha, uma jovem órfã de pai e mãe, e, a seguir, ruma para Porto Alegre, onde, ferido no seu amor próprio de bom brasileiro, provoca um conflito no interior de um bar alemão freqüentado por nazistas. Por isso é preso e perde o emprego. Passado algum tempo, João de Souza abandona a noiva, que a despeito disso continua interessada no seu processo, e apaixona-se pela jovem Olga, uma cantora húngara, residente no Rio. Entrementes, os diretores do Lóide, levando em conta que a briga tinha um cunho patriótico, reconhecem a inocência de João de Souza e o readmitem no posto. Assim, fazendo as pazes com a noiva e abandonando a cantora, que se manifestara hostil ao saber que o Brasil tinha rompido com os países do eixo, João de Souza assume o seu posto num vapor pronto para zarpar para os Estados Unidos. Em virtude de uma indiscrição por parte de Mário, um amigo do marujo patriota, e da ação criminosa de um mau elemento, o vapor em que viajava João de Souza é posto a pique pelos submarinos alemães. Após isso, dos Estados Unidos chega ao Itamarati uma mensagem comunicando que às l2h falecera João de Souza, único sobrevivente do brutal torpedeamento do vapor mercante brasileiro Cacique. O crime, entretanto, não ficava impune, porque os aviões da FAB, regressando em formação de "V" de uma ação de patrulhamento, anunciavam que um dos submarinos inimigos fora afundado. A morte de João de Souza estava vingada.
Observações: Exteriores.; Rua Vieira Bueno e no próprio estúdio.
Primeiro filme antinazista realizado no Brasil. Falando à revista Cena muda, a 29 de junho de 1943, Bob Chust declarava: "O título foi escolhido por uma questão de sentimentalismo, quando se verificou que, pelas características marítimas, 14 das vítimas dos últimos torpedeamentos se chamavam "João de Souza", pois o argumento começou a ser escrito quando houve os primeiro afundamentos de unidades da nossa Marinha Mercante, no Atlântico". O primeiro dia de filmagem na Cinédia foi a 6 de dezembro de 1942. A Cinédia custeou a película, fornecendo, inclusive, laboratório, sem receber pagamento. Estreou nos cinemas Metro, Copacabana, Tijuca e Passeio, do Rio de Janeiro, a 26 de fevereiro de 1944. A 25 de fevereiro de 1944, a Metro e a Cinex ofereceram sessão especial para a oficialidade e praças do Forte de Copacabana, constituindo um grande espetáculo a saída dos militares com o povo à entrada do cinema, dando vivas ao Brasil e às Nações Unidas. A Motion Pictures Society for the Americas, a 1º de novembro de 1944, realizou sessão especial do filme, em português, no Marquis Theatre, 9038 da Melrose Avenue, de New York, exibindo um documentário, em inglês, sobre Belo Horizonte.

CORAÇÕES SEM PILOTO - 1944 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, edição e fotografia: Luiz de Barros
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento: velha peça portuguesa de vaudevílle - Roteiro: L. Figueiredo (Luiz de Barros) - Som: Ludovico Berendt - Fotografia: A. P. Castro - Desenho do cartaz: Manoel Mora - Gráfica: Moraya
Números musicais:
"Arrasta o pé" (Peter Pan e Afonso Teixeira), com Marlene
Intérpretes: Elvira ... (Aimée), Afonso Stuart (Carvalhaes), Juvenal Fontes (Balsemão, marido de Aimée), Antonieta Mattos (Violeta), Luiz Tito (Escultor Rondan), Nelma Costa (Mocinha), César de Alencar (Renato), Suzie O'Hara (Marina), Carlos Barbosa, Pola Leste, Chocolate, Soledade Moreira, Sebastiana Feliciana, Eva Gardner, Helena Woysit, Fernanda de Brito, Francisca, e outros.
Sinopse: Um escultor. Duas esposas descontentes e dois maridos que nunca souberam, nem a toque de tambor! Uma comédia elegante sobre piratarias de amor!
Observações: Comédia vaudeville, "Corações sem piloto" foi o primeiro filme onde a cantora Marlene apareceu, cantando "Arrasta o pé", de Peter Pan e Afonso Teixeira. A filmagem iniciada a 22 de junho de 1944, terminou a 2 de agosto.
Estreou no Rio de Janeiro, no Metro Copacabana e Metro Tijuca, a 22 de agosto de 1944, e no Metro Passeio, 30 de novembro de 1944; em São Paulo, no Bandeirantes, a 12 de dezembro de 1944. Exibido também em Portugal.

ROMANCE PROIBIDO - 1944 (iniciado em 1939) - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção, produção, argumento, e roteiro: Adhemar Gonzaga
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Assistente de direção: George Dusek. - Assistente de produção:- Manoel Rocha e Paulo Marra - Diálogos: Benjamim Costallat - Fotografia: Afrodísio P. de Castro e George Fanto - Som: Hélio Barrozo Netto - Cenografia: H. Collomb - Desenho do cartaz: Vicente Caruso.
Intérpretes: Milton Marinho (Carlos Modesto) .-. Lúcia Larnur (Gracia Rangel), Nilza Magrassi (Tamar) - Manoel Rocha (Cavalcanti, Pai de Tamar) - Dea Robine (Governanta Eufrasia) - Aurora Aboim (Tia de Gracia) - Anita D'Alva (Amiga de Gracia) - Wilson Maciel (Amigo de Gracia) - Jararaca (Jararaca, amigo Carlos)- Roberto Lupo (Médico, Roberto Monteiro) - Dercy Gonçalves (Dercy) - Boxeur Barrozo (Mário Brigão) - Zizinha Macedo (D.Zizinha, dona da casa Guarantã) - Yolanda Santoro (Filha de D. Zizinha) - Grande Otelo (Molecote). Violeta Ferraz (Inspetora no colégio feminino)-. Divanette da Silva, Lola Maris, J. Silveira, Manoel Collares, Ivete Madalena, Georgina Teixeira, Izaulina Moreira, Estefânia Louro, Francisco Dias, José dos Santos Cardoso, Modesto de Souza, Nelson Oliveira, Nena Napoli, Otávio Franca, Osvaldo Loureiro, Adhemar Gonzaga (no baile), Fada Santoro, e outros.
Sinopse: Duas ex-colegas de colégio gostam do mesmo rapaz; uma sentindo-se abandonada vai lecionar no interior, num local bem atrasado, revolucionando o ensino; por coincidência, volta a encontrar o rapaz. A professora, não querendo atrapalhar seu casamento com uma das suas melhores amigas, finge não gostar mais dele e vai lecionar em outro lugar.
Observações: - Pela 1ª vez no Brasil, usa-se o Negativo Plus X da Kodak, em 2 de janeiro de 1940.
- Exteriores: Ilha de Pancaraíba, Excelsior, Fazenda Carlos Guinle, Casa Benzazoni Lage, fazenda na Gávea de Raul Monteiro Guimarães e seqüências rurais em Deodoro.
"Romance proibido", um dos filmes mais luxuosos e de maior pobreza (pólos extremos), com montagens grandiosas, guarda-roupa bem cuidado, de Iracema Gomes Marques, uma das maiores modistas do Rio de Janeiro, na época. Com uma figuração variadíssima e numerosa, era uma campanha contra o analfabetismo. Um momento muito importante do filme, na concepção de Adhemar Gonzaga, é a cena em que a professora acaba de projetar um filme educativo aos alunos. A câmera fecha no projetor de l6mm (pela primeira vez mostrado no cinema), e abre num cartaz de um filme de cowboy do cinema local. A 26 de outubro de 1939, na Cinédia, filmava-se sob a direção de Amadeu Castelaneta, "Joujoux e balangandãs", repetição cinematográfica do espetáculo de caridade do Teatro Municipal, patrocinado pela Sra. Darcy Vargas.
A cessão inesperada dos estúdios - era por dez dias e ficaram à disposição de "Joujoux" por noventa dias prejudicou seriamente as filmagens e os recursos para "Romance proibido". Estavam também iniciados os preparativos para a produção de "Pureza".
O automóvel em que a professora viaja é um Buick 1928, sedã, usado, equipado com todos os seus pertences e acessórios, conforme fatura nº 6.913 da Cia. Comercial e Marítima, de 31 de agosto de 1939, no valor de 1 200. George Fanto, o câmera, colaborou com os operadores de "Cais das sombras" (Schuftan), com os de "Pecadoras de Túnis" (Concert Courant) e com Rudolph Mate, que fez "Marco Polo". Hippólito Collomb, a 26 de janeiro de 1940, recebeu o prêmio dos críticos como o melhor cenógrafo. "Romance proibido" foi o terceiro filme dirigido por Adhemar Gonzaga. Iniciado em 1939, teve a sua realização cerceada por vários motivos: a dificuldade de obtenção de filme virgem, de produtos químicos necessários. à revelação e copiagem, e a recessão econômica do país em virtude da II Guerra Mundial e seus efeitos colaterais, além dos rigores da censura da época.
Esteve seis anos em produção, freqüentemente interrompido. Somente em 1944 foi terminado. O roteiro é inspirado na idéia de Paulo Wanderley para o filme "Saudade", que Adhemar Gonzaga pretendia dirigir em 1930. As personagens são, em sua estrutura, as mesmas. Porém, as situações e o cunho didático nacionalista foram introduzidos posteriormente.
Típico exemplar do cinema brasileiro dos anos de guerra e do Estado Novo, "Romance proibido", a exemplo de "Aves sem ninho" e "Caminhos do céu", é filme nacionalista e austero, que exalta o valor dos seres humanos que abdicam de suas aspirações pessoais em benefício do progresso da coletividade, através do nobre exercício de uma profissão. Estreou no Rio de Janeiro nos Cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz e República, a 18 de dezembro de 1944. O maior lançamento já obtido para filmes do cinema brasileiro. Em São Paulo, no Cinema Metro, a 14 de dezembro de 1944.

O CORTIÇO - 1945 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção, cenografia e montagem: Luiz de Barros.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção: Adhemar Gonzaga. - Roteiro (adaptação do homônimo romance de Aluízio Azevedo): L. Figueiredo (Luiz de Barros) - Fotografia: A. P. Castro - Som: Ludovico Berendt
Número musical gravado por Newton Paz, "Saia balão".
Intérpretes: Manoel Vieira (João Romão), Miguel Orico (Jerônimo), Manoel Rocha (Bardo Miranda), Colé Santana (primeiro filme) (Firmo, capoeira), Artur Leitão (Botelho), Paulo Celestino (Henrique, o estudante), Horacina Corrêa. (Rita Baiana), Maria da Conceição (Leocádia), Alice Archambeau, Maria Costa, Pérola Negra, Carlos Barbosa, Fialho de Almeida, João Martins, Caetano Júnior, Silva Filho, Hortência Santos, Júlia Vidal, Alzira Rodrigues, Cidália Alves, Zizinha Macedo, Teresa Santos, Rosina Grey, Matilde Costa, Armando Nascimento, José Augusto Torres, Mendonça Balsemão, João Monteiro, Newton Paz, Abel Pêra, Augusto Aníbal, João de Deus, Afonso Batista, Lúcio de Souza, Aníbal de Freitas, ldílio Costa, Artur Santos e Carolina Mattos, e outros.
Sinopse: É a adaptação do romance homônimo (1890) de Aluísio de Azevedo: a vida difícil das habitações coletivas do Rio de Janeiro, onde o dinheiro e o sexo levam seus habitantes à degradação moral.
Observações: "O cortiço" foi eleito a melhor produção do cinema brasileiro de 1945, pela Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos e considerado pela Academia Brasileira de Letras como o melhor filme do ano. Luiz de Barros recebeu a estatueta Índio, do Jornal de Cinema, como melhor prêmio de direção. Os direitos de filmagem, reservados para todos os países, foram pagos ao editor do livro, F. Briguiet. Foi exportado para Portugal e Espanha. Apesar do sucesso de crítica, comercialmente o filme foi um fracasso. Luiz de Barros declarou em 1978 que a adaptação fora fiel e não inspirada, como em "Lucíola". "O cortiço" teve suas filmagens iniciadas a 18 de setembro de 1944 e encerradas a 27 de novembro de 1944; após 6 meses à espera de exibição, estreou no Rio de Janeiro a 16 de julho de 1945, nos cinemas Odeon, Ipanema e América, considerados de segunda linha.

PIF-PAF - 1945 - Brasil / Rio de Janeiro - 90 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Luís de Barros e Adhemar Gonzaga
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção e roteiro: Adhemar Gonzaga - Argumento: Monteiro Guimarães (Adhemar Gonzaga) - Fotografia e montagem: A. P. Castro - Cenografia: Luís de Barros e Antônio Valente - Som: Ludovico Berendt - Desenho do cartaz: Oscar Bastos - Gráfica: Moraya.
Números musicais: "Quando amanhece sem pão e sem trabalho" com Horacina Corrêa (1º filme); "Quero ver você"; "Disse que é do samba"; "Morro" (Waldemar Abreu e Mário Rossi) com Herivelto Martins e grupo de samba, solo de Dalva de Oliveira; "Que rei sou eu" (Herivelto Martins e Waldemar Ressurreição) com Newton Paz; "Como se fuera la última vez", bolero de Consuelo Vázquez; paródia de "Besame mucho" com Alvarenga e Ranchinho (vestidos de pintinhos); "Vi nascer muito samba popular, vi muita seresta ao luar", Fernando Barreto com as passistas de Herivelto Martins; "Saudade de Mangueira" (Bartolomeu Silva e Nelson Trigueiro) com Quarteto de Bronze; "É esquisito, mas é bonito" (Walfrido Silva e Jararaca) com Jararaca e Ratinho; "Ai, Adélia" (Germano Augusti e J. Gonçalves) com Zé e Zilda; "Cante o fado com amor" com Olivinha Carvalho; "Falta de carne" (José Gonçalves) com Alvarenga e Ranchinho; "O samba faz tanta confusão", Marlene com Chocolate; "Não irei lhe buscar" (Ataulfo Alves) com Ataulfo Alves e três pastoras; "Izaura" (Herivelto Martins e R. Roberti) com Odett Alencar; "Isto é Brasil" (Vicente Paiva e Sá Roriz) com Marlene; "Pif-paf" (E. Frazão e Marino Pinto) com Newton Paz.
Intérpretes: Walter D'Ávila (Bagaceira), Júlia Vidal (Júlia, mulher de Bagaceira), Marlene (Maria), Leo Albano (Nelson, sambista e cantor), Odete Alencar, Nelson Oliveira, Chocolate, Adoniran Barbosa, Grijó Sobrinho, Carlos Barbosa, Bandeira de Mello, Josias Martins, Andrée Taillandier, Aníbal de Freitas, Arlete Lester, Joe Lester, Luiz Polidoro, Juvenal Fontes, Odete Louro, Mendonça Balsemão, Dulce Simone, Moreira Soledade, Constantino Botez, Renato de Oliveira, De Carambola, e outros.
Sinopse: É a história de "como se faz um filme" carnavalesco. Uma história entremeada de muita música, com grandes nomes da música e do rádio da época.
Observações: Revista musical carnavalesca, com tempo de projeção de 90 minutos e 5.306 m. Estreou no Rio de Janeiro a 5 de fevereiro de 1945, nos cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz e Star, e em São Paulo a 7 de fevereiro de 1945, nos cinemas Ritz, São João e Consolação.
(Fonte: Alice Gonzaga, 50 anos de Cinédia, Rio de Janeiro, 1987)

CAÍDOS DO CÉU - 1946 - Brasil / Rio de Janeiro - minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro e montagem: Luís de Barros
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento: Luís de Barros, Oswaldo Moles e Herivelto Martins - Som: Alberto Viana e Luís Braga Júnior - Fotografia: A. P. Castro - Cenografia: Luís de Barros e Antônio Valente
Números musicais: "Cortando o pano" (Luiz Gonzaga e Miguel Lima) com Adoniran Barbosa; "Edredon vermelho" (Herivelto Martins) com Izaurinha Garcia; "Nêgo" (Oswaldo Moles e Hervê Cordovil) com Izaurinha Garcia, "Vou-me embora" (José Gonçalves e Marcelino Ramos) com Zé e Zilda; "Ave-Maria no morro" (Herivelto Martins) com o Trio de Ouro (Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas); "Tão fácil, tão bom" (Lauro Maia) com os bailarinos James Upshaw, Edith de Souza, Basil Kiritschenko e Carmem Brown; "Andorinha" (Herivelto Martins e Haroldo Barbosa) com Marly Lincoln; "Diálogos ao luar" com Geraldo Pereira e Dercy Gonçalves; "Fala, Claudionor" (Herivelto Martins e Grande Otelo) com Herivelto Martins; "Vaidosa" (Herivelto Martins e Artur Moraes) com Francisco Alves; "Momo Booggie" (Denis Brean) com Linda Batista; "Como eu sambei" (Peter Pan e Afonso Teixeira) com Olinda Alves; "Leva meu coração" (Roberto Martins e Mário Lago) com Ruth Martins; "Madalena" (Lacy Martins) com Trovadores do Ar; "Vou sambar em Madureira" (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) com Marlene; "Mandem preparar meu tamborim" com as Pequenas do Barulho (são seis tipos de foliões de sujos no carnaval de rua); "Mágoa" (Walfrido Silva e Waldemar Abreu) com Nilton Paz e Vanita Brasil; "Isto é que nós queremos" (Ataulfo Alves) com Ataulfo Alves e suas pastoras, "Bebida e mulher" (Romeu Gentil e Carvalhinho) com Linda Batista; "E já estava com vela na mão" (Haroldo Lobo e Milton Oliveira) com Horacina Corrêa e Matinhos (anjo); "Olinda" (Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres) com Geraldo Pereira.
Observação: A música "Desperta, Dodô", de Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres, foi cortado do filme na época.
Intérpretes: Dercy Gonçalves (Rita Naftalina), Walter D'Ávila (Claudionor), Nelma Costa ( Olinda), César Fronzi (Giovanni), Violeta Ferraz (Dona Alzira), Átila Iório (Roberto Boaventura), Augusto Aníbal (Felizardo Boaventura), Chocolate, Tatuzinho, Adoniran Barbosa, Pedro Dias, Luiz Cataldo, João Martins, Carlos Barbosa, Adolar Costa, e outros.
Sinopse: A história - apenas um suporte para mais um espetáculo carnavalesco - é a de um casal que, em um "original" túnel do tempo, vem do século XVIII ao Rio de Janeiro de 1946 para assistir ao carnaval.
Observações: Revista carnavalesca que comemorava o "carnaval da vitória" da II Guerra Mundial, "Caídos do céu" se transformou em documento de importância histórica, pelos grandes nomes da música brasileira que nele aparecem cantando os sucessos do ano. O filme é baseado nas aventuras de um casal do séc. XVIII que vem ao Rio de Janeiro assistir ao carnaval em plena atualidade. Teve início a 15 de janeiro de 1946, terminando a 15 de fevereiro. Estreou no cinema Art-Palácio (Rio de Janeiro), a 25 de fevereiro de 1946, e no São Carlos (São Paulo), a 24 de abril de 1946, onde ficou quatro semanas.

O ÉBRIO - 1946 - Brasil / Rio de Janeiro - 107 minutos - Drama - Preto e branco
Direção, adaptação e roteiro: Gilda de Abreu
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Arlete Lester - Argumento: Vicente Celestino, a partir da peça teatral de mesmo nome - Fotografia e montagem: A.P.Castro - Cenografia: Lazlo Meitner - Som: Luiz Braga Júnior e Alberto Vianna - Música: Vicente Celestino - Orquestração e regência: Júlio Cristobal
Intérpretes: Vicente Celestino (Dr. Gilberto Silva), Alice Archambeau (Marieta), Rodolfo Arena (primo José), Victor Drummond (padre). Manoel Vieira (ébrio amigo), Walter D'Ávila (Rego), Júlia Dias (Lola), Arlete Lester (filha de Rego, Maricota), José Mafra (Leão), Isabel de Barros (menina princesinha), Antônia Marzullo (Lindoca), Manoel Rocha (dono do botequim), Jacy de Oliveira (Maria das Neves, empregada), e outros.
Sinopse: Um médico de prestígio e bem posto na vida que se perde por amor de uma mulher - a própria esposa -, que o trai com outro homem e o abandona.
Observações: "O ébrio" pertence à fase mais importante da evolução dó cinema brasileiro. Um aspecto industrial se esboçava, após muita luta e persistência. Era um filme de equipe. sintetizava toda uma etapa de pioneirismo e aventuras. Não apenas os produtores, mas os distribuidores e exibidores começavam a ver o horizonte de um cinema de raízes populares, que vinha ao encontro direto dos anseios de nossa gente, cansada dos filmes importados.
"O ébrio", em sua melodramaticidade cruel e humana, era um marco fundamental de nossa transformação cinematográfica. Possuía um profundo senso comercial. Atuava na circulação normal de um filme brasileiro e demonstrava, finalmente, que poderia enfrentar a concorrência externa, ganhando o entusiasmo e os aplausos sinceros do público. Um dos grandes sucessos populares do cinema brasileiro. Foi o filme de que se tiraram mais cópias no país, quase 500. Houve cinemas, no interior do país, que o exibiram de dois a três meses seguidos. Através desses 34 anos, desde que foi realizado, cinemas o projetaram mais de dez vezes. Fez história nacional na Cinelândia carioca, exatamente no dia de um quebra-quebra em virtude do aumento de ingressos nos cinemas. Resistiu galhardamente ao incidente e à ação do tempo. Vicente Celestino, caracterizado de mendigo e ébrio, na porta dos estúdios da Cinédia, chegou a receber esmolas.
Adhemar Gonzaga convenceu Gilda de Abreu (que preparava "Viuvinha") a roteirizar e dirigi-lo, dando o papel-título ao marido, Vicente Celestino. Após alguma relutância, ela concordou, pois, quando da produção de "Bonequinha de seda", Vicente Celestino havia sido preterido pelo diretor, no papel de galã, em favor de Delorges Caminha. Na época, houve quem estabelecesse um paralelo entre a Paramount Pictures e a Cinédia: Ray Milland era "O ébrio de Hollywood" e Vicente Celestino o "Farrapo humano de São Cristóvão". Os dois filmes abordavam o problema da embriaguez. O norte-americano vinha precedido da fama que alcançara ao conquistar o Oscar da Academia. Mas o filme brasileiro recebeu outra consagração, a do público, pois "O ébrio" deu um "banho" de bilheteria em "Farrapo humano". A filmagem de "O ébrio" começou a 28 de agosto de 1945 e foi exibido no Rio de janeiro a 28 de agosto de 1946, nos cinemas Vitória, América, Madureira, Floriano e Pirajá. Lançado em Curitiba a 24 de outubro de 1946, nos cinemas Luz e Palácio . E em São Paulo, a 25 de novembro de 1946, no Art-Palácio. No cine Madureira, do Rio de Janeiro, estreou em programa duplo e logo na segunda sessão passou a constituir o único filme do programa, permanecendo cinco semanas em cartaz (sem lei de obrigatoriedade), substituindo 45 películas estrangeiras.

ESTA É FINA! - 1948 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro e cenografia: Luís de Barros
Companhia produtora: Laboratórios Eletrônicos Brasileiros Ltda.
Companhia distribuidora: British
Produção: Victor de Barros - Financiador: Mário Falaschi - Argumento.- Gita de Barros - Fotografia: Antônio Gonçalves - Som: Victor de Barros - Direção de 5 números musicais: Moacir Fenelon
Números musicais: "Falta um zero no meu ordenado" (Ari Barroso e Benedito Lacerda) com Francisco Alves; "Caminhemos" (Herivelto Martins) com Cláudio Nonelli; "É com esse que eu vou" com Quatro Ases e Um Curinga; "A mulata é a tal", Joel e Gaúcho; "Quatro para agarrar o homem" (Antônio Almeida) com Nuno Roland; "Baiana escandalosa" (José e M. Batista) com Dircinha Batista; "Enlouqueci" (Waldomiro Pereira, João Sales e Luís Soberano) com Linda Batista; "Princesa de Bagdá" (Haroldo Loobo e David Nasser) com Nelson Gonçalves; "Minueto" (Benedito Lacerda e Herivelto Martins) com Trio de Ouro; "Gabriela" (Romeu Gentil e W. Goulart) com Marlene; "Não me diga adeus" (Paquito, Correia da Silva e Luís Soberano) com Araci de Almeida, "Tem gato na tuba" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Nuno Roland.
Intérpretes: Mesquitinha, Cláudio Nonelli, Hortência Santos, Olivia de Carvalho, Manoel Vieira (papel duplo), Badu, Augusto Aníbal, Telmo Faria, Jaime Faria Rocha, Carlos Cotrim, Perpétuo Silva Filho, João Martins, Fialho de Almeida, Francisco Alves, Blecaute, Joel e Gaúcho, e outros.
Sinopse: Dois indivíduos prontos se vêem instalados no Hotel Copacabana, com toda a mordomia. Um deles se apaixona por Lima jovem que não o quer, para que não se diga que há. interesse. Depois de várias soluções, entremeados por números musicais, a situação se esclarece e termina tudo cor-de-rosa.
Observações: Filmado em 7 dias, nos Estúdios da Cinédia, num total de 10 dias. Estreou no Rio de Janeiro a 21 de fevereiro de 1948 nos cinemas São Luiz, Vitória, Rian, Carioca, Icaraí e Monte Castelo. Em São Paulo, a 11 de fevereiro de 1948 no Bandeirantes

FOGO NA CANJICA - 1948 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, roteiro, edição e cenografia: Luiz de Barros.
Companhia produtora: Laboratórios Eletrônicos do Brasil Ltda. / Dipa Filmes Ltda. / Cinédia.
Companhia distribuidora: Dipa de Filmes Ltda.
Produção: Victor de Barros - Assistente de direção: Alexandre Alencastro - Argumento: Gita de Barros - Adaptação: Costa Cotrim e Luiz de Barros - Narração: Costa Cotrim e Manuel Jorge - Montagem: Luporini - Fotografia.- Carlos Felten e A. P. Castro - Som.- Luiz Braga Júnior e Amadeu Riva
Intérpretes: Olivinha Carvalho (Maria), Orlando Villar (João), Walter Siqueira (Padre Renato), Silveira Lima (Antônio), Hortência Santos (Mãe de Maria), Augusto Aníbal (Coronel Fulgêncio), Linda Batista, Dircinha Batista, Jararaca e Ratinho e Quatro Ases e um Curinga, Trio de Ouro (Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nélio), Irmãs Castro, Regional Claudionor Cruz, Zé Gonzaga, Barreto e Barroso, Pereirinha, Badu, Silva Filho, Jackson de Souza, Zé Trindade, Manoel Rocha, João de Deus, Walter D'Ávila, De Chocolate, Simi Soares, Rosita Gray, Peri Martins (menino), Generoso Ponce, Bolinha, Constantino Botez e Carlos Barbosa.
Sinopse: Explorando um tema folclórico. as Festas Juninas, o enredo se desenvolve humano e terno, em torno de um caso de amor de um dos nossos pracinhas que se bateram gloriosamente no front italiano.
Observações: Primeiro filme de Silveira Lima e de De Chocolate
O filme foi produzido nos estúdios da Cinédia, de 27 de maio a 10 de junho de 1948, e estreou no Rio de Janeiro a 1 de setembro de 1948, no cinema Odeon. Em São Paulo, no mês de agosto de 1948, nos cinemas Ritz, São José, Marabá, Ritz, Consolação, Hollywood e Phoenix.

MÃE - 1948 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Preto e branco
Direção e adaptação: Theofilo de Barros Filho
Companhia produtora: Proarte / Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Afonso Campiglia e Adhemar Gonzaga - Argumento: novela de Giuseppe Ghiaroni (Rádio Nacional do Rio de Janeiro) - Som: Luiz Braga e Tommy Olenewa - Fotografia.. A. P. Castro, George Fanto, Leo Marten e Theodoro Lutz - Cenografia: Vicente Azevedo - Desenho do cartaz: Jairo B
Números musicais: "Ser mãe" (poema de Coelho Neto musicado por Teófilo de Barros Filho), com Inonette Miranda; "Amo, amo", marcha roceira de Teófilo de Barros Filho.
Intérpretes: Alma Flora (Maria), Bené Nunes (primeiro filme) (Roberto), Manoel Vieira (Acácio), Amadeu Celestino (Antônio), Rosa Radi (Lenita), Cecy Medina (Adelaide), Luíza Barreto Leite (Adalgiza), César Ladeira (Advogado de defesa), Delorges Caminha (Promotor), Ferreira Leite (Comissário), Jesus Ruas (Padre Damião), Jorge Dória (filme de estréia), Armando Braga, Dary Reis, Ivone Martins, Lídia Bastiani, Pérola Negra, Alexandre Alencastro, Adolar Costa, Carlos Medeiros, Marli Medeiros, Celso de Carvalho, Olney Cazarré, Sonia Kaliner, Celestino Ramos, Teodoro Taveira, João da Silva Coelho, Ernesto Teixeira, Januário Rodrigues de Almeida, Luiz de Almeida, João de Oliveira, Martins Pacheco, José Fernandes, José Antelo Reis, Ezequias Mineiro de Sá, e outros.
Sinopse: Conta a história de uma mulher que, de uma união ilegal, tem um filho, a quem ama acima de todas as coisas na vida. Por circunstância do destino, casa-se com um homem que de há muito lhe fez proposta de casamento. Tomando conhecimento de que aquele garoto não era seu filho, o homem passa a odiá-lo fortemente, chegando a idealizar um plano para a sua morte. Surpreendido pela esposa, quando tentava levar a cabo o seu tenebroso intento, esta dispara a arma que trazia na mão, ferindo-o mortalmente com dois tiros. No tribunal, a despeito dos argumentos justos e humanos do advogado de defesa, o júri a condena à pena máxima. E aquela mulher, humilhada e caluniada, vê-se forçada a renunciar à vida e à liberdade, por amor ao filho. Sofre calada a sua horrível dor, para que seu filho que era e continua sendo sua verdadeira vida não saiba nunca que sua mãe fora uma assassina.
Observações: Exteriores: ambientes naturais das fazendas Bem Posta e Três Barras, de Arnaldo Guinle.
A película teve a supervisão jurídica do Prof. Oscar Stevenson, catedrático de Direito Penal da Faculdade Nacional de Direito, Prof. Gastão Pereira da Silva e Padre Pio Ottoni Filho. O Prof. Benjamim de Moraes, da Faculdade Nacional de Direito, e o Desembargador Nelson Hungria figuraram como extras. Estreou no Rio de janeiro a 4 de outubro de 1948, nos cinemas São Luiz, Vitória, Carioca, Roxy, Floriano e Monte Castelo.

OBRIGADO, DOUTOR - 1948 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção e roteiro: Moacir Fenelon
Companhia produtora: Cine-Produções Fenelon / Cinédia
Companhia distribuidora:
Produtor: Adhemar Gonzaga - Assistentes de direção: Walter Duarte e Arlete Lester - Argumento: Paulo Roberto - Fotografia: Afrodísio de Castro - Apresentação: Adhemar Gonzaga - Montagem: Rafael Justo Vallverde - Still man: Svlvio Carneiro - Diretor artístico: Cajado Filho - Som: Luiz Braga Júnior - Cartaz: Alcebíades Monteiro Filho - Consultores médicos: Drs. Cid Ferreira Jorge e Paulo Roberto - Trilha e regência: Leon Gombang .
Intérpretes: Rodolfo Mayer (Dr. Maregal), Lurdinha Bittencourt (esposa), Modesto de Souza (Dono do bar), Hebe Guimarães (Moça do interior), Rodney Gomes (Garoto), Carlos Medina, Auricélia Bernard (Mãe do Dr. Maregal), João Matos (Pai), Jaime Faria Rocha, Castro Vianna (médico), Ênio Santos, Bahuê Filho, Álvaro Costa, Cahué Filho, Joe Lester, Teresa Santos, Zizinha Macedo, Ênio Santos Luiz Braga Júnior, Adhemar Gonzaga, Geraldo Rocha Barbosa, Walter Micelli, Carlos D'Eça, e outros.
Sinopse: É o drama de um médico levado a cometer um crime e que, por amor à profissão; acaba denunciando-se a si mesmo.
Observações: Tendo deixado a Atlântica Cinematográfica, ao assumir o Sr. Luiz Severiano Ribeiro Júnior o controle do estúdio, na .Rua Visconde do Rio Branco, Moacir Fenelon organizou a Cine Produções Fenelon. Sua primeira produção foi a versão cinematográfica de uma das peças radiofônicas de Paulo Roberto, da série "Obrigado, Doutor". A peça, "O Santo assassino", foi filmada com o nome do programa. A Associação Brasileira de Críticos Cinematográficos conferiu ao filme os prêmios de melhor filme, melhor direção e melhor interpretação no ano de 1948. Lançado a 28 de setembro do mesmo ano no circuito Metro - Rio e São Paulo -, permaneceu três semanas em cartaz e foi constantemente reprisado

POEIRA DE ESTRELAS - 1948 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e produção: Moacir Fenelon
Companhia produtora: Cine-Produções Fenelon / Cinédia
Companhia distribuidora:
Apresentação: Adhemar Gonzaga - .Assistente de direção: Walter Duarte - Argumento: Miranda Henriques - Direção artística: José Cajado Filho - Fotografia: Afrodísio de Castro - Still man: Silvio Carneiro - Montagem: Rafael Justo Valverde - Som: Luiz Braga Júnior - Direção musical: Guerra Peixe - Coreografia do número final: Delf - Cartaz: Alcebíades Monteiro Filho.
Números musicais: "Boneca de piche" (Ar Barroso), com Emilinha Borba e Lourdinha Bittencout; "Contraste" (José Maria Abreu e Alberto Ribeiro) com Emilinha Borba; "Quando eu penso na Bahia", (Ari Barroso), com Lourdinha Bittencourt e Emilinha Borba; "Você quer casar comigo?", (David Nasser e Hervê Cordovil), com Lourdinha Bittencourt e Emilinha Borba; "Moreno extraordinário" (Nilo Moreira), com Lourdinha Bittencout e Emilinha Borba; "Rumba" (Guerra Peixe), com Bicalho y sus Rumberos; "Dança oriental" (Guerra Peixe); "Linda flor" (Henrique Vogeler, Luís Peixoto e Marques Porto), com Emilinha Borba; "Devoção à Bahia" (André Rosito e Aluízio Silva Araújo), com Lourdinha Bittencourt; "Tico-tico no fubá" (Zequinha de Abreu), com Trio Guarás, Pot-pourri de letras inventadas, com músicas famosas: Colé Santana e Celeste Aída; "Prenda minha" (folclore gaúcho) com Os Cariocas (Severino de Araújo Silva Filho, Ismael de Araújo Silva Netto, Waldyr Prado, Viviani, Emmanoel Barbosa Furtado (Badeco) e Jorge Quartarone); "Algodão" (Custódio Mesquita e David Nasser), com Ciro Monteiro e Eva Lanthos; "Bahia com h" (Denis Brean), com Deo Maia e Raul Dubois.
Intérpretes: Colé Santana, Celeste Aída, Darcy Cazarré, Lourdinha Bittencourt, Emilinha Borba, Ênio Santos, Carlos Barbosa, Duarte de Moraes, Valery Martins, e outros.
Observações: Estreou no Rio de Janeiro nos cinemas São Luiz, Vitória, Rian, Carioca, Floriano e Palace (Niterói), a 12 de dezembro de 1948, e em São Paulo, no Bandeirantes, a 4 de dezembro de 1948.

ESTOU AÍ?... - 1949 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, argumento e cenografia: Cajado Filho
Companhia produtora: Cine Produções Fenelon / Cinédia.
Companhia distribuidora: Cinédia
Produção: Moacir Fenelon - Apresentação: Adhemar Gonzaga - .Assistente de direção: Walter Duarte - Roteiro: Cajado Filho e Ítalo Jacques - Diretor musical: Guerra Peixe - Fotografia: A. P. Castro. Câmera. - Som: Luiz Braga Júnior - Montagem: Rafael Justo Valverde - Still man: Silvio Carneiro - Coreografia "Cisne branco": Pedro Dias - Cartaz: Alcebíades Monteiro Filho.
Números musicais: "Sem ela" (Hugo Roberto e Ari Monteiro), com Ciro Monteiro; "Tem branco na maloca" (Assis Valente) com Zilah Fonseca; "Porta bandeira" (Nássara e Antônio Almeida), com Emilinha Borba; "Cbiquita bacana"(João de Barro e Alberto Ribeiro) com Emilinha Borba; "De conversa em conversa" (Lúcio Alves e Haroldo Barbosa) com Isaurinha Garcia; "Adeus, América" (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques) com Trio Guarás; "Vaqueiro no samba" (lrany Oliveira e Rosalino Senos) com Bob Nelson; "Pra quê?" (Celso Monteiro e Djalma Esteves), com Deo Maia; bailado espanhol com Roberto e Irene; "Pepita" (Roberto Roberti e Arlindo Marques) com Nelson Gonçalves e Ester Tarcitano, Isabel, Ivete Simões e Alair; "Recife, cidade lendária" (Capiba) com Paulo Molin (9 anos); "Namoro a esparadrapo" dança do frevo de Guerra Peixe, com Luíza Mafra; Está quase na hora (Pedro Caetano e Alcir Pires Vermelho) com Leda Barbosa (cigana), dança Eva Lanthos; "Tem marujo no samba" (João de Barro) com Emilinha Borba; "Cisne branco" (Antônio Espirito Santo) com Emilinha Borba; "Meu coração vai chorar" (Lazzolli e Dias da Cruz); "De junho a dezembro" (Jair Amorim e Nelson de Seixas); com Ciro Monteiro e a bailarina Floripes Rodrigues, na Vitória Régia.
Intérpretes: Colé (Falso empresário), Celeste Aída (Sua mulher), Pedro Dias (Tio de Cuiabá), Zizinha Macedo (Tia), : Emilinha Borba (Prima), Áurea Paiva, Duarte de Moraes, Ronaldo Lupo, Cahué Filho, Mendonça Balsemão, e outros.
Sinopse: Nesta comédia musical, Colé investe-se do cargo de gerente de uma estação de rádio, com o intuito de colocar uma prima que vem do interior. Urna noite, tio e sobrinho saem à procura de diversões, passando pela casa de um "galho". Partindo daí para uma boate onde o tio banca o D.Juan para conquistar uma desconhecida, originando-se uma tremenda briga, que terminou com a prisão dos dois boêmios. As respectivas esposas, em casa, procuram-nos por todos os cantos, até que eles aparecem e entram pela porta dos fundos, escondendo-se no banheiro. Celeste ouve os ruídos e investe contra os mesmos à bala, julgando-os Ladrões. Estamos no sábado de carnaval, e os dois não sabem como sair para se divertir, até que afinal alegam ir ao médico, e conseguem sair para se encontrar com o "galho" em fantasia de palhaço. Tia e Celeste descobrem a história e compram fantasias idênticas para irem à festa. Lá chegando, além do "galho", tia e sobrinha, encontra-se mais uma mulher com fantasia idêntica, que é nem mais nem menos do que a desconhecida da boate. Tio e Colé se perdem no meio de tantas mulheres iguais, e começam a fazer propostas às próprias esposas.
Observações: Estreou no Rio de janeiro nos cinemas Pathé, São José, Paratodos e em São Paulo nos cinemas Art-Palácio, Rosário e Esmeralda, a 21 de fevereiro de 1949.. Distribuição Cinédia. Censura livre.

O HOMEM QUE PASSA - 1949 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Drama - Preto e branco
Direção e produção: Moacir Fenelon
Companhia produtora: Cine Produções Fenelon / Cinédia
Companhia distribuidora:
Apresentação: Adhemar Gonzaga - Argumento: Pedro Bloch - Fotografia: A. P. Castro -
Direção artística: Caiado Filho - Montagem: Rafael Justo Valverde - Som: Luiz Braga Júnior - Still man: Silvio Carneiro - Cartaz: Creusa - Gráfica: Moraya
Intérpretes: Rodolfo Mayer (Mário), Lourdinha Bittencourt (Alma), Paulo Porto (Conrado), Lídia Stuart (Suzana) (filme de estréia), Manoel Rocha (Mordomo Ventura), Lizete Barros (Dra. Marta), Álvaro Aguiar (Souza), Ana Vitória, Zizinha Macedo, Pedro Bloch, e outros.
Sinopse: É um drama com ingredientes de psicanálise, que narra a história de um homem atormentado por um complexo de culpa, em razão do suicídio de uma mulher que lhe dedicava uma paixão não correspondida. Gradativamente o personagem principal entra em crise e sua pararanóia aumenta quando começa a sofrer alucinações, sentindo-se atraído pela mulher e perseguido por seu melhor amigo.
Observações: Exteriores: São Paulo.
- Lançado em pré-estréia a 24 de setembro de 1949, no cinema Presidente (Rio de Janeiro), estreou a 5 de dezembro de 1949 no Pathê, Presidente, Alvorada, Paratodos e Coliseu.

UM PINGUINHO DE GENTE - 1949 - Brasil / Rio de Janeiro - 105 minutos - Drama - Preto e branco
Direção, argumento e adaptação: Gilda de Abreu.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Arlete Lester - Fotografia: A. P. Castro - Som: Luiz Braga Júnior - Montagem: A. P. Castro, Arlete Lester e Gilda de Abreu - Narrador: Alfredo de Almeida
Número musical com Ercole Varetto e Coro das Apiacás; "Senhor do Bonfim", de Vicente Celestino. Coreografia de Iuco Lindberg, com Juliana Yanakiewa.
Intérpretes: Isabel de Barros (Nini).- Lúcia Delor (Matilde), Vera Nunes (Lúcia), Violeta Ferraz (D. Mimosa), Antônia Marzullo, Palmira Silva, Jacy Oliveira, Mário Salaberry, Anselmo Duarte (médico Luís Antônio), Domingos Martins, Rodney Gomes, Ferreira Leite, José Policena, Manoel Rocha, Roberto Duval, Afonso Soares, Maria Costa, Guilherme Guimarães, Luiz Catalano, Roberto Galeno, Nilo Prates, Almeida Franco, Helga Loreida, Iuco Lindberg, Dennys Gray, Zaquia Jorge, Erik Rzepeck, Manoel Monteiro, Gilda M. Botelho Magalhães, Noêmia Santos, Walter Carlos, Vieirinha, Marga Varetto, José Ivan e Arlete Rosada, e outros.
Sinopse: Como era linda aquela boneca! Dentro da vitrina da casa de brinquedos, assemelhava-se a uma pequena rainha. Sua principal escrava, enfeitiçada pela beleza daquele ser inanimado, vinha sempre olhá-la, adorá-la através do vidro frio. Mas Nini sabia que jamais poderia possuir a boneca. Pois se, em sua casa pobre, muitas vezes sua mãe, curvada dia e noite à máquina de costura, nem sempre podia arranjar o necessário para a alimentação. Maria Lúcia conhecia o ardente desejo da filhinha. Apesar da pobreza que a rodeava, ela também ainda era jovem e já havia tido muitos sonhos e desilusões. Agora. era preciso antes de tudo pensar no pagamento do aluguel, saber como iria desculpar-se ante a dona da casa, que dentro de breves instantes, talvez, reclamaria pela centésima vez o aluguel. Sim, um dia poderia satisfazer o desejo de Nini.
Observações: Produzido logo após o sucesso de "O ébrio", "Um pinguinho de gente", mesmo sem alcançar o mesmo impacto junto ao público, foi o filme onde Gilda de Abreu demonstrou maturidade, como diretora e roteirista, revelando, pleno domínio da linguagem cinematográfica. O roteiro, livre das influências teatrais presentes em seu filme de estréia, é uma equilibrada dosagem de humanismo; evidencia-se a preocupação de Gilda de Abreu pelo detalhe, característica predominante em sua curta e expressiva filmografia. Foi precursora do cinema de autor. Neste filme, pela primeira vez, usam-se a "grua em ferro" e o "dinossauro", na cena das baianas brancas.
O início de filmagem foi a 22 de abril de 1947. Estreou em avant-premiére no cinema São Luiz (Rio de Janeiro), a 2 de outubro de 1949, e depois nos cinemas Império, Rian, Carioca e Eldorado. Em São Paulo, a 10 de abril de 1950. Tempo de projeção: 1h45min, com 3.200m, censura livre.

VENDAVAL MARAVILHOSO - 1949 - Brasil / Rio de Janeiro - Portugal / Lisboa - 138 minutos - Drama - Preto e branco
Direção e cenografia: Leitão de Barros
Companhia produtora: Cinédia (Rio de Janeiro) / David Serrador (Rio de Janeiro) / Produções Atlântico (Lisboa)
Companhia distribuidora: UCB
Produção - Baseado "A.B.C. de Castro Alves", de Jorge Amado - Argumento: Leitão de Barros, Osório de Almeida e Joracy Camargo - Assistente de direção: Miguel Speguel - Fotografia: Izarrelli, Aquilino Mendes, George Fanto e A. P. Castro - Trilha: Loureiro Fernandes - Som: Henrique Domingues
Intérpretes: Paulo Maurício (Castro Alves), Amália Rodrigues (Eugênia Câmara), Barreto Poeira (Furtado Coelho), Edmundo Lopes (Rui Barbosa), Maria Albertina (Adelaide Alves), Isa Lobato (Heloísa), Armando Braga (Fernandes Cunha), Sales Ribeiro (Padre Fiúso), Santos Carvalho (Comendador Raposo), Armando Rosas (Dr. Lopes), Rosalina Lereno (
Princesa Isabel), Manoel Pêra (Joaquim Nabuco), Raposo Lopes (Clemente), Artur Costa Filho (Leite Ribeiro), Jaime Santos (Machado de Assis), e outros.
Sinopse: Biografia de Castro Alves, "o poeta dos escravos", baseada no livro que Jorge Amado escreveu em forma de poesia popular.

Observações:

- Filmado nos estúdios da Lisboa-Filme, da Cinédia e da Randal (Niterói). "Vendaval maravilhoso" usou os Estúdios da Cinédia, de 7 a 24 de fevereiro de 1949. Foram filmadas as cenas do "Candomblé" com muitos extras e o "Navio negreiro", além da dublagem e regravações.

- Estreou em São Paulo, a 5 de dezembro de 1949, no Art-Palácio.

- Restaurado pela Cinemateca Portuguesa, no até então considerado o seu mais complexo trabalho de restauro, a nova cópia foi apresentada em Lisboa em 19 de março de 2004.

AGÜENTA FIRME, IZIDORO - 1950 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, adaptação, roteiro, cenografia e edição.- Luiz de Barros.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora: Art Filmes
Produção.- Adhemar Gonzaga - Argumento: Gita de Barros - Fotografia: Maurice Pecqueux - Som: Ercole Baschera - Trilha: Arturo Usai.
Números musicais: "Um pedaço do Brasil" "Luiz Antônio e Jota Jr.) com Helena de Lima; "O Badala", (Xerém e Guará) com Araci Costa; "Mi comparsa linda", (Don Valdrico) Sil Mary é a crooner da orquestra de Don Valdrico e Nilza Ferreira, a rumbeira; e mais: Trio de Ouro (Nilo Chagas, Herivelto Martins e Noemi Cavalcanti), Linda Batista (Jupira) e Três Marias.
Intérpretes: Totó (Izidoro e Pedrito Molina); Nelma Costa (Rita Molina), Deleo Júnior (Dr. Jaime Peixinho) - Zaquia Jorge (Cartomante), Zé Trindade, José Mafra , Adolar Costa, Violeta Ferraz, Jacy de Oliveira, Marilu Dantas, Nilza Ferreira, Wellington Botelho, Carlos Barbosa, Augusto Aníbal, Alexandre Alencastre, Leonel Saraiva, Oswaldo Loureiro, Joe Lester, Maria, Yolanda Fronzi, e outros.
Sinopse: Dois indivíduos, extremamente parecidos, estão chegando de fora. Dirigem-se para casa. Aí chegando, são surpreendidos com o nascimento de um filho. Esta, a trama. A intenção do argumento é confundi-los, para efeito cômico.
Observações: Segundo o produtor Adhemar Gonzaga, ninguém notou que "Agüenta firme, Izidoro" era um dos primeiros ou o primeiro filme brasileiro a evitar o corte. A câmera acompanhava toda a ação. E Luiz de Barros acrescentou: "foi um filme muito movimentado, porque eu fazia os artistas andarem e falar depressa. Nada devagar". A filmagem teve início a 23 de agosto de 1950. Estreou no Rio de Janeiro a 29 de janeiro de 1951, nos cinemas Pathê, Art-Palácio, Presidente, Rivoli, Coliseu e Paratodos, e em São Paulo, nos cinemas Paratodos, Braz, Polytheama, Babilônia e Brasil.

UM BEIJO ROUBADO - 1950 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Leo Marten
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Argumento e roteiro: Monteiro Guimarães (Adhemar Gonzaga), Oswaldo Moles e Leo Marten - Som: Luiz Braga Júnior e César Abreu - Fotografia: A. P. Castro e Teodoro Lutz - Montagem: Hippólito Collomb
Números musicais: "Vou partir" com Xerém e Moraes; "Quando o coração tem a mania de mandar na gente" com Linda Batista; "Zumba" (Moisés Fridman e Murilo Caldas) com Marlene; "Aqui está o nosso luar, luar de nossa terra" com um grupo de seresteiros; "Vou te botar para trás, só levo pancadas de amor" com Olinda Alves; "Copacabana" (João de Barro e Alberto Ribeiro) com Dick Farney; "Pica-pau... pica-pau..." com grupo de seresteiros; "Meu coração é um tamborim" (Vicente Paiva e Mário Rossi) com Dalva de Oliveira.
Intérpretes: Marlene (Marlene), Walter D'Ávila (Apolo Silva), Vera Nunes (Vera), Cyll Farney (namorado de Marlene), Júlia Dias (vamp), Maria Costa (mãe de Marlene), Otávio Franca (Sr. Diógenes, pai de Apolo), Manoel Rocha (pai de Marlene), Juvenal Fontes, José Policena, Badu, Antônio Spina, Roberto Duval, Carlos Barbosa, Chocolate, Antônia Marzullo, Domingos Torres, Luiz Barbosa de Goulart, Ademi Kaminos, Ferreira da Silva, Regina Braga, Caetano Júnior, Odete Alencar, Edio Smanio, Arlete Lester, João Cabral, e outros.
Sinopse: Comédia musical. É a história de uma moça do interior que vem ao Rio tentar ser estrela de teatro. Conta suas aventuras com o amigo Apolo até conseguir o que deseja.
Observações: Pela primeira vez no cinema os irmãos Dick e Cyll Farney. O início da filmagem foi a 3 de janeiro de 1947. Estreou em São Paulo nos cinemas Paratodos e Babilônia, a 11 de dezembro de 1950.
- Nome original, Noites de Copacabana, que teve que ser mudado ao ser o filme censurado.

LOUCOS POR MÚSICA - 1950 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção, produção e roteiro: Adhemar Gonzaga.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Argumento: Vinícius da Veiga - Som: Luiz Braga Júnior - Fotografia: A. P. Castro -
Montagem: A. P. Castro e Arlete Lester - Música: Impaciência, de Franz Schubert, orquestração de Fritz Gottwald; colaboração da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do Maestro José Siqueira.
Intérpretes: Lena Monteiro de Barros (soprano lírico do Teatro Municipal), Colé, Walter D'Ávila, Jararaca e Ratinho, Miguel Orico, Mme. Lou, Cecy Medina, Nelson Olivier, Xerém e De Morais, Bandeira de Mello, Hortênsia Santos, Walter Siqueira, Mara Rúbia, Vieirinha, Vilma e Odete Louro, Carlos Grossy, Mendonça Balsemão, Marlene, Nanai, Fcrnando Coelho, Luana França, Soledade Moreira, Silva Filho, Lana Ley, Arlete Lester, João Cabral, Belizário Couto, Regina Braga, Antônia Marzullo, Fialho de Almeida, Domingos Terra, José Mafra, e outros.
Sinopse:
Observações:
A filmagem de "Loucos por música" teve início a 25 de junho de 1945. A película tinha originalmente cerca de 2.000m. Estreou no Rio de Janeiro em 1950 e em São Paulo, no D. Pedro, a 26 de novembro de 1951.

SOMOS DOIS - 1950 - Brasil / Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Milton Rodrigues
Companhia produtora: Milton Rodrigues / Cinédia.
Companhia distribuidora: Aliança Cinematográfica Brasileira.
Produção: Milton Rodrigues e Ari Cataldi - Argumento original: Leo Rodrigues - Diálogos: Nelson Rodrigues - Assistente de direção: Teófilo A. Velasquez - Fotografia: Ugo Lombardi - Som.- Jacques Esgaros - Cenografia.- Oswaldo Sampaio -Trilha e direção musical: Radamés Gnatalli.
Números musicais: "Somos dois", "Sem você", "Luzes da cidade", "Misterioso", "Interesse", "Canção de ninar", "O Amor chegou" e "Vai mal, amor".
Intérpretes: Marina Cunha (Dorinha), Dick Farney.(Doido), Norma Tamar (Noiva do doido), Sarah Nobre (Mãe da noiva), Sérgio de Oliveira (Pai do doido), Carlos Cotrim (Pretendente da noiva), Otávio França, Mme. Lou, D'Andreia Neto, René Bell, Vitória Brasil, Pérola Negra, Heloísa Mafalda, De Carambola, José Carlos Manga, José Salomé, e outros.
Sinopse: A história: uma balconista é raptada por Dick Farney, que se diz louco foragido do hospício; apaixona-se. e tudo acaba cor-de-rosa.
Observações:
Estreou a 21 de agosto de 1950, nos cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz, Star. Parisiense, Colonial, Mascote, Primor e H. Lobo (Rio de Janeiro).

TODOS POR UM - 1950 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
D ireção: José Cajado Filho
Companhia produtora: Cine Produções Fenelon / Cinédia
Companhia distribuidora:
Produtor.- Moacir Fenelon - Apresentação. Adhemar Gonzaga - Argumento baseado em "Os três mosqueteiros", de Victor Hugo -Fotografias.- A. P. Castro - Montagem: Rafael Justo Valverde - Still man: Sílvio Carneiro - Som: Luiz Braga Júnior - Cartaz: Creusa - Gráfica: Moraya
Números musicais: "Todos por um", com Marlene; "Passo do pingüim", com Emilinha Borba; "General da banda" (Tancredo Silva, Sátiro de Melo e José Alcides) com Black-Out; "Adeus, Bahia" (Ciro Monteiro e Dias da Cruz), com Ciro Monteiro, Trio Guarás, Floripes Rodrigues e César de Alencar, "Rei Zulu", com Blecaute; "Escocesa, já vi tudo", com Marlene e Emilinha Borba, "Marcha a ré".
Intérpretes: Colé, César de Alencar, Celeste Aída, Barreto Pinto, Duarte de Moraes, Áurea Paiva, Carlos Barbosa, Maria Gracinda (como Madame, Lady), Ester Tarcitano, e outros.
Sinopse: Uma paródia ao romance de Dumas, "Os três mosqueteiros", entremeada com diversos números musicais, sucessos carnavalescos de 1950.
Observações: Estreou no Rio de Janeiro a 6 de fevereiro de 1950, nos cinemas Pathé, Alvorada, Fluminense, Alfa, São José, Paratodos e Irajá. Também em São Paulo, nos cinemas Bandeirantes, Rosário, Piratininga e Santa Cecília.

ANJO DO LODO - 1951 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Drama - Preto e branco
Direção e roteiro: Luiz de Barros.
Companhia produtora: Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Adhemar Gonzaga - Assistente de direção: Luiz Alípio de Barros - Argumento: Zita de Barros, baseado no romance Lucíola, de José de Alencar - Fotografia: Maurice Pecqueux e Henrique Schoenrader - Som: Ercole Baschera - Montagem: Wilson Macedo (Luiz de Barros).
Intérpretes: Virgínia Lane (Lúcia), Cláudio Nonelli (Paulo), Manoel Vieira (Sr. Couto), Geny França (Zuzu), Carlos Cotrim (Amigo Janjão), Alexandre Amorim (Amigo Antônio), Macedo Neto (Amigo Benedito), Costinha, na época Mário Costa (Maneco, efeminado que serve no bar), Augusto Aníbal (Chico), Zé Trindade (Que faz comentários maldosos), Carlos Barbosa (Delegado, de chapelão), Jacy de Oliveira (D.Mariquinha), Del Carmem, Neide Lamar, Santa Nogueira, Nilza Ferreira, Otávio França, Deleo Júnior, D'Andreia Neto, e outros.
Observações: "Anjo do lodo" foi liberado para exibição, com aprovação dada pelos censores Elói Cordeiro e José Montojos, contra o voto da censora Iracema Meirelles. Os dois liberaram o filme com a restrição de "proibido para menores de 18 anos" enquanto o voto da censora, vencido, o impugnava totalmente. Em virtude do clamor do público contra o filme, resolveu o Dr. Melo Barreto Filho. chefe da censura cinematográfica do D.F.S.P., suspender a licença para a exibição de "Anjo do lodo". Revocou a revisão da censura e nomeou novos censores. Após o corte de uma seqüência, a fita foi liberada. O Deputado Jânio Quadros, do P.D.C. de São Paulo, liderou campanha pedindo a interdição da película, mas encontrou em intelectuais e jornalistas como José Lins do Rego, Vargas Neto, Antônio Olinto, Prudente de Morais Neto, Edmundo Lyz, entre outros, defensores da exibição sem cortes. Jânio Quadros recordou, na Câmara dos Deputados, ser bem conhecida a "autoridade moral" da Confederação das Famílias Cristãs, para policiar os costumes, que se achavam, dizia ele, "em inegável decomposição". E mostrou, com palavras veementes, a necessidade de um programa sistemático de moralização dos costumes. Mas os censores cortaram apenas meio metro de filme: a cena onde a silhueta nua de Virgínia Lane, em pé sobre a mesa, era refletida na parede. Isso, em 1951!
Um detalhe trágico: Maurice Pecqueux, o diretor de fotografia de "Anjo do lodo", pertenceu à equipe de Henry Georges Clouzot, foi fotógrafo de Golgotha, de Duvivier, "Pecadora de Túnis", de Pierre Chenal, e "Besta humana", de Renoir. Era o melhor diretor de fotografia do cinema brasileiro na época e esperou o último dia da filmagem para se suicidar - por motivos desconhecidos. A Cinédia providenciou o enterro.
O início da filmagem foi a 20 de outubro de 1950; estreou em abril de 1951, nos cinemas Plaza, Astória, Parisiense, Colonial, Primor, Olinda, Ritz, Haddock Lobo, Mascote e Star (Rio de Janeiro). Em São Paulo foi exibido num total de 16 cinemas, entre eles o Marrocos, Oásis e Sabará. O Oásis dava dez sessões diárias, que começavam às 10h30m e o Marrocos, sete sessões diárias.

CARNAVAL EM LÁ MAIOR - 1955 - Brasil / São Paulo e Rio de Janeiro - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Adhemar Gonzaga
Companhia produtora: Maristela / Cinédia
Companhia distribuidora:
Produção: Mário Audrá Júnior - Argumento, roteiro e diálogos: Adhemar Gonzaga e Oswaldo Moles - Direção de produção: Alfredo Palácios - Fotografia: Ferenc Fekett - Cenografia: Carlos Giacheri - Montagem: José Cañizares - Som.- Sérgio Alvarez
Números musicais: "Dois violeiros no terreno de pouso", Alvarenga e Ranchinho II; "Isto é papel, João?" (Paulo Ruschell) com Araci de Almeida; "Rabo de saia" (A. Alves e Jorge Castro) com Ataulfo Alves e suas pastoras; "Disco voador" (Hervê Cordovil) com Carmélia Alves; "O coco", Carlos Galhardo (acompanhado pelo violão de Pernambuco, sanfona e triângulo); "Primeiro amor" (Hermínio Gimenez, versão de Pinheiro Júnior e José Fortuna) com Cascatinha e Inhana; "Seresteiro" (Raul Moreno) com Elizete Cardoso; "Pé de pobre" (A. Barbosa, E. Borgcs e J. Roy) com Elza Laranjeira; "É pecado sambar" com Ester de Souza; "Carro de bigode" (Filinho e Telma de Oliveira) com Izaurinha Garcia; "Estatutos da gafieira" (Billy Blanco) com Inezita Barroso; "Ressaca" (Zé e Zilda) com Jorge Goulart; "Retirante" com Mário Sena; "Vamos falar de saudade" (Mário Lago e Chocolate) com Nora Nei; "Joga fora o meu pandeiro" (N. Gonçalves, Adelino Moreira e Jarbas Reis) com Nelson Gonçalves; "Banco de jardim" com Neide Fraga e Roberto Amaral; "O girassol e o jasmim" (Denis Brean e Nilo Silva) com Roberto Amaral (este número foi cortado do filme); "Dá licença" (Mário Vieira e Joracy Rago) com Oswaldo Rodrigues; "Prece ao vento" (Alcir Pires Vermelho, Fernando Luís e Gilvan Chaves) com o Trio Nagô; "Paulista de Mato Grosso" (Victor Simon e Femando Martins) (imitação de Jânio Quadros); "Vagalumes ao luar", dançando com vassouras, Gatinho, Sandra Amaral e Randal Juliano.
Intérpretes: Walter D'Ávila (Moreira), Sandra Amaral (Celina), Randal Juliano (Eleoberto), Renata Fronzi (Lola), Arrelia (Cozinheiro), Genésio Arruda (caipira), Adoniram Barbosa (Judeu, vendedor de móveis), Blota Jr. (Diretor de TV), Caetano Gherardi, Aparecida Baxter, Oswaldo de Barros, Carmem Silva, Robert Mackim, João Soares, Jane Batista, Nestório Lips, Luíza de Oliveira, Elísio de Albuquerque, Durval de Souza, Assis, José Mercaldi, Idalina de Oliveira, Mário Senna, Ivonete, Pimentão, Gilberto Chagas, Emílio Dumas, Vicente Leporace, José Júlio Spievack, Válery Martins, Albertina, Arnaldo Weiss, Guracy Maia, Dirce Pires, Jorge Pisani, Ari Leite, Cândido Banzato, Carlos Araújo, Caco Velho, Walter Duarte, Felipe Ricci, José Vendovado, Edmar Sales, Luís Dias, e outros.
Sinopse: Esta fita conta a história de um tipo de sujeito "pesado", que não conseguia parar num emprego (Walter D'Ávila).Um rapaz (Randal Juliano), também permanentemente desempregado, apaixonado por sua filha (Sandra Amaral), mas toda vez que vai fazer o pedido ao Walter, surge uma série de circunstâncias para impedir. Um dia, a casa de Walter pega fogo e ele é obrigado a ir morar numa pensão de artistas, que mais parecia um hospício. Randal até que enfim consegue fazer o pedido. Casam, Randal vem a conhecer uma nobre russa meio amalucada (Renata Fronzi), que vive com vontade de ser assassinada. Com o pretexto de arranjar um emprego para Randal, leva-o ao seu apartamento, onde após embriagá-lo, consegue fazer com que o mesmo assine um documento em que se compromete a assassiná-la, mediante o pagamento de determinada importância, em ocasião oportuna. Chegando em casa embriagado é abandonado pela esposa que volta para a pensão. O diretor da TV, onde arranja emprego, apaixona-se por ela, e ignorando seu casamento pede sua mão ao Walter, que, atrapalhado, avisa Randal, que corre em busca de sua esposa com quem faz as pazes e tudo termina bem. Toda esta história é entremeada pelos maiores sucessos carnavalescos interpretados pelos mais destacados cantores do Rio e de São Paulo.
Observações: O título provisório era "Abra o olho, Gregório". Primeiro filme carnavalesco produzido em São Paulo, realizado corri artistas exclusivos da Rádio e TV Record. Estreou no Rio de Janeiro a 24 de março de 1955, no cinema Metro Copacabana, e em São Paulo, no Ipiranga, Broadway e circuito, a 16 de fevereiro de 1955.

SALÁRIO MÍNlMO - 1970 - Brasil / Rio de Janeiro - ...minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e produção: Adhemar Gonzaga.
Companhia produtora: Cinédia.
Companhia distribuidora: Cinedistri
Assistente de direção: César Ladeira Argumentos, roteiro e diálogos: Monteiro Guimarães (Adhemar Gonzaga) - Fotografia: Ferenc Fekett. - Montagem: Ismar Porto - Música: Pedrinho, Monsueto, Catupiri, Carlos Nathan e José Vale - Cenografia: Luiz de Barros, Gabriel Queiroz e Heralcio Dutra - Som: Joaquim da Fonseca e Aloísio Vianna.
Números musicais: "Sai de perto" (Monsueto e Catupiri) com Monsueto; "Pedido" (Carlos Nathan e José Vale) com The Bubles.
Intérpretes: Geraldo Alves (Moreira), Renata Fronzi (Angelina), Paulo Gracindo (Roberto), Wellington Botelho (Euzébio), Costinha.(Juiz), César Ladeira (Prado Seixas), Roberto Guilherme (Guilherme), Alfredo Viviane (Borgatto), Aziza Perlingeiro (Sra. Roberto), Carlos Melo (Contrabandista), Miriam Roth (D. Joana), Yolanda Fronzi, Jararaca e O. Guanais, Nick Nícola, Paulo Wagner, Chocolate, Wilson Grey, Ratinho, Alfredo Alves, Hugo Brando, Zélia Hoffman, Nadia Waleska, Nina Sajkowski, Tertuliano Pyl, Fernando Ribeiro, Paulette Silva, Paulo Roberto de Almeida Lemos, .Maria Sônia Araújo, Geórgia Quental, Elke Maravilha, Maria Alice Piquet, Maysa Gans Viotti, Noêmia Morais de Almeida, .Natacha Íris, Ângela Fonseca, Toninho, Bebel Assaf, e outros.
Sinopse: História da gente comum, das pessoas não famosas, mas que, na humildade de suas vidas, são exemplo de honradez. É o caso do personagem central do filme, o contador Moreira, cuja integridade moral não é nenhum ato de heroísmo, mas um simples comportamento, honesto, da maioria das pessoas.
Observações: Nas anotações de Gonzaga havia a seguinte observação: "O filme não foi feito 70% como se queria. Feito sem capital. Nota-se a falta de produção, que eu fazia por trás da direção, e às pressas. Muita coisa mudada durante a filmagem, o que não podia acontecer. O filme está acadêmico e sem angulação. Sei que saiu um filme fraco, sem acentuar o seu conteúdo amargo, com fundo de comédia". Foi o último filme de Adhemar Gonzaga, considerado por Eduardo Coutinho como "um filme verdadeiramente de autor". "Salário mínimo" começou a ser rodado a 17 de julho de 1969. Estreou no Rio de Janeiro a 14 de dezembro de 1970, nos cinemas Art-Palácio Copacabana, Tijuca, Meyer e Madureira.